Mais de 25 pessoas, entre membros da Comunidade Slow Food Alguidá, empreendimentos da agricultura familiar e economia solidária, gastrônomos e chefes de restaurantes de Salvador (BA), estiveram na reunião virtual “Compras coletivas em Salvador – aproximando os nós da rede Slow Food na Bahia“, realizada no dia 23 de julho. Com a proposta de debater sobre a aproximação campo-cidade, produtores e consumidores (co-produtores), o encontro teve o objetivo de fomentar a organização de grupos de consumo responsável e iniciativas de compras coletivas de produtos oriundos das Comunidades e/ou Fortalezas Slow Food da Bahia.
Para Nathan Dourado, integrante da equipe do projeto “Slow Food na defesa da sociobiodiversidade e cultura alimentar baiana”, a proposta nasce de um desejo do Slow Food pela aproximação campo-cidade, produtor-consumidor, e articulação dos nós da rede em prol da massificação do consumo de alimentos bons, limpos e justos para todos/as. “Os mercados devem ser vistos como espaços que extrapolam a função de venda e escoamento da produção. Somos movidos pelos vínculos de proximidade, interação direta com os produtores e participação ativa, pelos laços de confiança e solidariedade, pelos alimentos bons, limpos e justos, pelo movimento consumidores-cidadão, pela politização do consumo e pelos preços mais acessíveis”, ressalta.
Após uma rápida apresentação dos participantes, Dourado apresentou um levantamento dos produtos, como os das Fortalezas do Umbu e do Maracujá-da-Caatinga, com as cervejas artesanais, doces, entre outros produtos beneficiados e comercializados pela Coopercuc (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá); da Fortaleza do Licuri, com seus derivados produzidos pela Coopes (Cooperativa de Produção da Região Piemonte da Diamantina); da Fortaleza do Cacau Cabruca do Sul da Bahia, com o chocolate do Assentamento Dois Riachões (Ibirapitanga-BA); da Comunidade Fundo de Pasto Melancia (Casa Nova-BA), com queijo de leite de cabra, mel, carne de caprino e ovino; Comunidade Quilombola Kaonge (Cachoeira – BA), com ostra e sururu, azeite de dendê, óleo de coco e mel de abelha. Também entraram nesse cardápio os produtos da Associação Comunitária Brejo Dois Irmãos (Pilão Arcado-BA), como a cachaça brejeira, a rapadura, além de doces e licor de buriti, que ainda não são Fortaleza, mas seguem no caminho para essa articulação.
Ao final, ficou acordada a elaboração de um questionário que possibilite a manutenção do diálogo entre o grupo para implementação das compras coletivas em Salvador, bem como a produção de um material de divulgação com informações das comunidades e Fortalezas Slow Food da Bahia . A atividade foi uma iniciativa do projeto Slow Food na defesa da sociobiodiversidade e cultura alimentar baiana, que conta com a parceria do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública ligada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).