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Campanha Festa Junina Livre de Transgênicos

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A Festa Junina Livre de Transgênicos, criada pelo GT Sementes Livres do Slow Food Brasil, nasceu com o propósito de servir de ferramenta de trabalho de conscientização e mobilização na questão dos transgênicos no país sendo uma oportunidade de união em torno da cultura alimentar para um bem maior.

Os brasileiros precisam compreender o que são os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) para poderem tomar decisões. Precisam saber onde eles estão, por que precisamos nos preocupar com isso e finalmente como podemos colaborar.

Mas só isso não basta, precisamos causar impacto e chacoalhar a opinião pública. Para isso, criamos uma metodologia da ecogastronomia para Festa Junina Livre de Transgênicos.

Porém, ressaltamos que ideia nasceu no Sudeste, região do Brasil onde o milho é base da cultura alimentar tradicional caipira e de migração nordestina. Cada região do país terá suas peculiaridades com o milho.

A Festa Junina é uma equação:

1 Receituário Criativo Junino SEM MILHO + 1 Feira de Trocas de Sementes COM MILHO CRIOLO + 1 Benção do Milho

Por que sem o milho se ele é elemento chave da cultura alimentar junina?

Se trata de uma manifestação-resposta artística de nossa parte sobre a questão. Ousada mesmo pra gerar polêmica, curiosidade e jogando uma nova perspectiva sobre o assunto para a compreensão popular.

82% do milho que é plantado no país é milho transgênico. Esse milho é produzido para gerar energia, ração animal e alimentação. Na alimentação ele é comprado pela indústria que supre todo o país com milharinas, polentinas, fubás, quireras, maizenas, farinha de milho flocada, canjica branca e amarela, no óleo de milho, os milhos verdes que se vende na rua. Ele é um ingrediente mais barato que o milho convencional (livre de transgênico, mas com agrotóxico). Se somar essa onipresença com o elemento da soja, a onipresença dos transgênicos na alimentação brasileira é diária e cotidiana.  

O Selo de identificação do “T” não consta na maioria das embalagens e o brasileiro não sabe qual o impacto que os transgênicos, os modelos de negócio industrial causam na saúde do planeta e na sua própria.

Não existe acesso popular aos milhos crioulos e caipiras.

Nós do Slow Food temos acesso facilitado aos orgânicos e agroecológicos, mas isso não é PARA TODOS e nem a preços populares. A causa do Slow Food é a ecogastronomia e ela deve ser popularizada.

No último ano a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberou a comercialização, para consumo humano e animal, de duas novas variedades de milho transgênico. O DAS-40278-9, da Dow AgroSciences Sementes e Biotecnologia, e NK 603 X T25, da Monsanto. De acordo com os fabricantes, a vantagem do primeiro é ser tolerante ao herbicida 2,4-D, e o segundo, aos herbicidas glifosato e glufosinato de amônia.

No entanto, de acordo com a coordenação da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, há fortes indícios de que esses venenos, ao serem pulverizados, contaminam lavouras vizinhas.

“A cada vez que comemos uma pamonha e outros alimentos feitos com esse milho, vão se acumulando partículas associadas ao desenvolvimento de doenças neurológicas, conforme apontam estudos da Fiocruz e da Universidade Federal do Mato Grosso”, explica um dos coordenadores da Campanha, o agrônomo Leonardo Melgarejo.

Os subprodutos do milho, como o fubá, a farinha e tudo o que se produz com eles, passam então a concentrar partículas causadoras de alterações na função de diversas glândulas no organismo, causar má formação fetal, além de ativarem células cancerígenas; daí estarem sendo proibidos em diversos países.

O 2-4 D é um herbicida cujo nome científico é ácido diclorofenoxiacético, uma das substâncias que compõem o famoso “agente laranja”. Foi desenvolvido durante o programa da guerra química e biológica na Segunda Guerra Mundial e largamente utilizado na Guerra do Vietnã, deixando sequelas até hoje.

Outro integrante da Campanha, o agricultor Cleber Folgado, lembra que o Ministério Público Federal, após audiência pública com a participação da presidência da CTNBio e alguns de seus membros, solicitou que a comissão aguardasse análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que pode proibir o uso do 2,4-D no Brasil, e a realização de mais estudos. “A CTNBio não levou nada disso em consideração”, diz.

Atualmente são 21 variedades de milho transgênicas em comercialização no Brasil, 05 variedades de soja, 12 de algodão, 1 variedade de Feijão Phaseolus vulgaris L resistente ao vírus do mosaico dourado do feijoeiro (bean Golden Mosaic Virus – BGMV , vários microorganismos, vacinas e 1 inseto do Aedes Aegypt que já está liberado no nordeste.

E mais: No final do ano o Deputado Federal Luiz Carlos Heinze pediu a desobrigatoriedade do uso do Selo T nas embalagens dos produtos alimenticios que contém transgênicos e nesse momento está em tramitação no senado.

Portanto essa é uma atividade onde a cultura alimentar se manifesta em prol do cenário político ambiental, precisamos de todos nessa mobilização pela vida.

Gostou da iniciativa? Quer aderir no seu território e saber Como Participar?

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