Receita Desafio Slow Fish 2013: Abrotéa ao Estilo Gomes de Sá
Receita enviada por: Adriana Meira – São Paulo/SP – 04/2013
Peixe : ABROTÉA
Nome Comun: Abrotéa; Abrote; Brota; Brótula; Bacalhau Brasileiro.
Nome Científico: Urophicis brasiliensis
Tamanho Mínimo: 30cm
Tamanho Máximo: 75cm fêmeas-45cm machos / 2,5kg. Atualmente encontra-se apenas de 50cm/2kg.
Época da pesca: Durante todo o ano, mas já há necessidade de defeso para período de reprodução segundo Projeto REVIZEE.
Encontrado: Do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, na costa sul e sudeste, em fundos de areia, lodo e cascalho.
Distância Mínima da Costa: Em alto mar e águas profundas.
Características: Pertence à ordem Gadiforme, a mesma do Gadus Macrocephalus e Mohrua, mas não da mesma família, sendo parentes distantes.
Receita: Abrotéa ao Estilo Gomes de Sá
Ingredientes:
Salga do peixe abrotéa por 3 dias usando 3 partes de sal e uma para de peixe, em seguida faz-se a dessalga com água gelada. Rápido cozimento com batatas orgânicas macias e após resfriamento segue a montagem.
Montagem:
Montagem na travessa em camadas de cebola roxa, tomates, azeitonas, azeite português, abrotéa, alho amassado e nova camada com os mesmos ingredientes anteriores, mais batatas e ovos cozidos; rega-se com mais azeite e leva-se ao forno.
Acompanhamentos: Arroz Castanho e Purê de Banana-da-Terra.
Pesca e Tradição
No Brasil costuma-se consumir a Abrotéa como sendo o filé de Bacalhau fresco. Na verdade a Abrotéa, depois de salgada lembra levemente o Bacalhau, e quando viva possui leve semelhança com algumas das espécies daquele peixe. No entanto, apesar de pertencerem a mesma ordem, são espécies diferentes, sendo o Bacalhau espécies do mar de águas frias e a Abrotéa das águas temperadas do Atlântico Sul.
O prato Abrotéa à Gomes de Sá foi propositalmente escolhido por ser um prato típico preparado com Bacalhau, embora sejam espécies diferentes, há preparações em que a Abrotéa apresenta sabor muito próximo ao Bacalhau.
No Brasil é capturado no sul e sudeste com arrasto de fundo, muito usada para pesca de espinhel de fundo [1]. Pesca que consiste em uma linha de nylon de 80km de extensão com cerca de 1,2 mil anzóis especiais para a pesca de peixes de grande porte como tubarão, cação, atum e espadarte.
A espécie U. Brasilienses é um recurso tradicionalmente explorado há muitas décadas, por rede de arrasto e emalhe de fundo, já a U. Mystaceus só a partir dos anos 90 começou a ser explorada. Durante o projeto REVIZEE [2] houve indícios de que o recurso pode estar sendo sobre-explorado. Foi diagnosticado grande estoque de Abrotéa de profundidade.
Na atualidade com a crise econômica na Europa, em Portugal, aumentou o consumo da Abrotéa, já no Açores é considerado peixe fino, consumido frito ou cozido. No Brasil a Abrotéa é mais consumida de maneira doméstica, todavia pouco encontrada em cartas de restaurantes. Mas há exceções, como por exemplo o Restaurante Amadeus/SP que na semana santa deste ano, além do tradicional Bacalhau, colocou em sua carta opções com Abrotéa, prato representativo de apoio a campanha Slow Fish Brasil.
Em notícias recentes sobre consumo de peixes a Abrotéa foi identificada como uma espécie que é consumida sim em restaurantes, mas sem que o cliente saiba[3].
ftp.sp.gov.br/ftppesca/32_2_127-150.pdf p.146
[2] Análise das Principas Pescarias Comerciais da Região Sudeste-Sul do Brasil: Dinâmica Populacional das Espécies em Explotação – II p.86
www.super.abril.com.br/cotidiano/25-coisas-estao-escondendo-voce-717510.shtml