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Alimento é política: está online a programação do Terra Madre Salone del Gusto 2016

O Terra Madre Salone del Gusto é o maior evento mundial do Slow Food e acontecerá de 22 a 26 de setembro, em Turim/Itália.

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11 Conferências serão realizadas no Teatro Carignano, um dos lugares emblemáticos da cidade e um dos mais belos exemplos de teatro à italiana e 40 Fóruns da rede de Terra Madre realizados nas salas do Politécnico de Turim no Castello del Valentino e nas salas da Universidade de Turim, no centro de exposições Torino Esposizioni. Encontra-se online a partir de hoje outra parte importante da programação do evento Terra Madre Salone del Gusto 2016 que consta de mais de 50 ocasiões para se declinar o tema do “querer bem à terra” sob diversos pontos de vista e para descobrir como, no bom e no mal sentido, o alimento pode modificar o planeta.

Slow Food sempre olhou para mundo dos alimentos através de uma perspectiva holística, ciente de que falar de gastronomia muitas vezes equivale a falar de política, de escolhas individuais e coletivas que têm um impacto sobre nossa saúde, sobre o ambiente que nos circunda, sobre a sociedade, sobre a economia…

Todo evento organizado pelo Slow Food mostra o alimento como sendo um meio importante para analisar e interpretar a realidade e para fazer escolhas. Para fazer compreender o quanto os alimentos estejam profundamente interligados à política, dedicamos uma parte importante da programação do evento a aprofundamentos e debates específicos tal como as Conferências e os Fóruns de Terra Madre. Pedimos que todos os interessados em participar de Terra Madre Salone del Gusto 2016, leiam o programa dos encontros e que reservem ou agendem as opções que mais os interessarem. Aqui oferecemos um breve panorama que esperamos, possa orientar a todos dando uma ideia do desenrolar dos eventos.

O controle do sistema alimentar, desde a produção das sementes até a produção de adubos e pesticidas, será o cerne do diálogo entre a especialista em políticas alimentares Marion Nestle e o ativista, europarlamentar, José Bové, em um encontro intitulado Eles são gigantes mas nós somos multidão. Ainda no âmbito do sistema alimentar, focalizando-nos porém sobre uma prática agrícola (a agroecologia) capaz de subverter esse sistema, valorizando a diversidade e cuidando dos recursos naturais, promovemos a conferência A agroecologia pode saciar o mundo? com o encontro entre Miguel Altieri, um dos mais conceituados representantes dessa ciência aplicada ao campo, e Yacouba Savadogo, responsável por devolver à vida uma parte do Sahel graças ao uso de técnicas de cultivo tradicionais. E ainda, os economistas Serge Latouche, Eric Holt-Gimenez e Stefano Zamagni, juntos em “Um novo mundo é possível, melhor dito, necessário”debaterão sobre como o conceito de crescimento infinito num planeta de recursos finitos já não seja sustentável.

Durante três encontros, os diretores de alguns dentre os mais importantes museus da cidade conversarão com artistas de renome internacional e com especialistas: em O planeta terra visto desde o céu e através dos rostos da humanidade Alberto Barbera do Museu Nacional do Cinema encontrará Yann Arthus-Bertrand, cineasta e fotógrafo, que por 30 anos filmou, desde o céu, o impacto do ser humano sobre a natureza; em A relação com a terra através da arte contemporânea Carolyn Christov Bakargiev da Galeria de Arte Moderna e Contemporânea conversará com o artista indiano Amar Kanwar e com ele explorará a capacidade da arte de contar as transformações políticas que concernem ao ambiente e à paisagem; em “Alimentos e agricultura no Egito, ontem e hoje” Christian Greco nos levará à descoberta de uma das agriculturas mais antigas do mundo enquanto a socióloga e egiptóloga Malak Said Ahmed Rouchdy nos mostrará o papel predominante dos alimentos nas recentes crises desse país.

E tem mais! Com Alice Waters, Ronnie Finley e Edward Mukiibi falaremos de hortas como sendo lugares que, quer nos campos africanos quer nos terraços e nos pátios das escolas dos Estado Unidos, estão desencadeando uma verdadeira revolução urbana e rural e descobriremos como quatro chefes do gabarito de Gastón Acurio, Michel Bras, Olivier Roellinger e Altin Prenga interpretam os papéis de porta-vozes de instâncias culturais, ecológicas, éticas e sociais. Com Franco Berrino, Andrea Pezzana e Kathleen Sykes falaremos do impacto que nosso alimento cotidiano pode ter sobre a nossa saúde  e com o cartunista Zerocalcare, Edward Loure, vencedor do Goldman Environmental Prize, e Gino Strada, cirurgião e pacifista italiano, fundador, junto com a esposa Teresa Sarti, da associação Emergency, analisaremos a relação entre alimentação, terra e migrações. Encerrando, no único encontro disponível somente em língua italiana, falaremos de alimentos e agro-máfias com Dom Luigi Ciotti e Giancarlo Caselli, acompanhados pelas incursões teatrais de Tiziana di Masi.

Se isso não parece bastante, nos 40 Fóruns concebidos como espaços de debate entre delgados e abertos ao público, dentro dos limites de vagas, serão abordadas muitas outras questões tal como o impacto ambiental do crescente consumo de carne, a escassez de água potável, as consequências de uma agricultura baseada no sistema de monoculturas (muitas vezes transgênicas), a cadeia produtiva do cacau e do café, o universo dos óleos, os queijos com leite cru, etc.… Outras questões ainda serão acrescentadas com a programação das áreas temáticas de Slow Fish, Let it Bee, Indigenous e dos Espaços migrantes. O alimento é política: descubra conosco a razão.

As entradas para as conferências custam 5 euros para os sócios e 7 euros para os não sócios. Leia mais sobre os encontrose reserve a entrada para aquela que mais interessar. Se você for um delegado, a entrada é gratuita, com agendamento prévio nos dias do evento, e até lotação da sala.

Os Fóruns de Terra Madre (ocasiões de encontro e de intercâmbio entre os delegados de Terra Madre) são gratuitos e abertos ao público, até esgotarem-se as vagas. Leia o programa e marque na agenda aqueles que mais interessam.

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