Slow Food Brasil se une a mais de 225 outras organizações em carta conjunta direcionada aos diretores da IFC (Corporação Financeira Internacional, na sigla em inglês, ligada ao Banco Mundial) para votarem NÃO sobre crédito de 200 milhões de dólares a Louis Dreyfus Company (LDC), uma das maiores corporações do agronegócio no mundo, agravando ainda mais a devastação e os conflitos de terras no Cerrado brasileiro.
A carta originalmente publicada pela Friends of the Earth, está disponível em inglês, espanhol e português.
Leia a versão em português da carta na íntegra:
31 de maio de 2022
Prezados Diretores Executivos da IFC,
A IFC propôs empréstimos à Louis Dreyfus Company Brasil para apoiar a compra de soja e milho: Projeto 44281 As organizações abaixo assinadas instam a IFC a não conceder o empréstimo proposto de US$200 milhões à Louis Dreyfus Company Brasil (LDC) para a compra de soja e milho produzidos no bioma do Cerrado do Brasil, a savana mais biodiversa do mundo que está sendo fortemente ameaçada e já perdeu a metade de sua vegetação nativa para o agronegócio.
Acreditamos que este investimento, que causa riscos ambientais e sociais significativos, deve, no mínimo, ser classificado como um empréstimo de Categoria A, requerendo uma revisão detalhada do impacto ambiental e uma consulta às partes interessadas. Observamos com receio que a LDC não possui um sistema completo de rastreabilidade e que sua política de desmatamento zero será aplicada totalmente apenas até o final de 2025. Assim, ganha relevância a importância de ter uma análise ambiental e social mais aprofundada antes da consideração do empréstimo. Além disso, este financiamento proposto vai contra o apoio prometido da IFC para alinhar seus empréstimos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris.
Nossas preocupações surgem em três diferentes áreas:
● Violações de direitos humanos e conflitos de terras na região onde opera a LDC;
● A produção de monoculturas de soja e milho com agrotóxicos intensivos é uma das principais causas do desmatamento, impacto climático e degradação ambiental no Cerrado;
● Em vez de alimentar diretamente as pessoas, grande parte da soja e do milho comprados com a ajuda desse empréstimo provavelmente será usada para alimentar a criação industrial de animais no exterior e no Brasil, apesar dos principais impactos à saúde pública, meio ambiente e bem-estar animal decorrentes dessa prática.
- A intensa expansão da produção de monocultura de soja e a consequente especulação de terras no Cerrado durante os últimos anos tem produzido violações aos direitos humanos, incluindo trabalho infantil/trabalho forçado, grilagem de terras e conflitos de terras em comunidades indígenas e tradicionais.
• Um relatório próximo a ser publicado por uma organização brasileira de pesquisa documentou violações ambientais e conflitos de terras com comunidades tradicionais vinculados às operações da LDC na região de Matopiba, no Cerrado.
• Um relatório publicado em abril de 2022 por Amigos da Terra Estados Unidos e a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos destaca os principais problemas envolvidos na produção de soja no Cerrado Brasileiro. A inflação dos preços da terra, a destruição de ecossistemas de alta biodiversidade e a apropriação de terras, incluindo a expropriação da terras de indígenas e camponeses, são alguns dos problemas destacados, forçando a estas comunidades a migrar a outras regiões para buscar trabalho.
• Uma pesquisa da Rede Social revela os vínculos entre a especulação financeira, as terras agrícolas e o desmatamento de empresas do agronegócio no Cerrado, produzindo impactos devastadores nas comunidades locais e na biodiversidade. Este artigo de Chain Reaction Research documenta como a BrasilAgro, uma empresa imobiliária rural brasileira e produtora de soja que vende este cereal e milho a grandes comerciantes de commodities, incluindo a LDC, “planeja transformar pelo menos 10.000 hectares de vegetação nativa do Cerrado em produção pecuária e de grãos, inclusive com a perfuração de vários poços de grande capacidade”.
• A LDC foi acusada de violações ambientais em um relatório lançado em 2022 pela ACT. O documento revela casos de abuso no uso de agrotóxicos em Lagoa da Prata, no estado de Minas Gerais, bem como danos ecossistêmicos em Rio Brilhante, no Mato Grosso do Sul, envolvendo a comunidade guarani Kaiowá de Laranjeira Nhanderú.
• Este projeto não leva em consideração as preocupações das comunidades e dos atores comunitários afetados, em uma região problemática que apresenta significativos conflitos de terra, desafios ambientais, de saúde humana e de direitos trabalhistas. No site da IFC não consta nenhuma informação sobre o envolvimento específico dos atores comunitários no projeto e indica que não é aplicável a este projeto um “amplo apoio da comunidade”.
• A LDC é um grande investidor da Ferrogrão, uma ferrovia proposta para facilitar as exportações de soja e outros produtos do agronegócio no Brasil. A LDC não apenas financiou os estudos de viabilidade originais, mas conceituou o projeto. Ferrogrão exacerbará os já tensos conflitos pela terra com as comunidades indígenas, particularmente com os povos Munduruku, Apyacá e Kayabi. O projeto considera a construção de uma ponte sobre o rio Xingu para projetar uma rodovia que “atravessaria 80 quilômetros dentro do território do povo Kayapó (na terra indígena Capoto Jarina) e da terra indígena Xingu” e “cortaria de leste a oeste 26 milhões de hectares de floresta contínua entre os estados de Mato Grosso e Pará, abrangendo 21 terras indígenas e nove unidades de conservação.” - A produção de monoculturas soja com aplicação intensiva de agrotóxicos no Cerrado é uma das principais causas do desmatamento, efeito estufa e degradação ambiental
• Segundo um relatório da Chain Reaction Research, os produtores de soja, incluindo os que trabalham com a LDC, foram responsáveis por 28% dos mais de 700.000 hectares do total de terras desmatadas no Cerrado em 2020. O documento identifica mais de 20.000 hectares de terra expostas ao risco de desmatamento da LDC.
• site da IFC afirma que as operações de soja/milho da LDC Brasil “estão localizadas nas principais áreas de produção, longe das atuais fronteiras principais da expansão agrícola que estão causando a conversão natural do habitat.” No entanto, consideramos que o sistema de auditoria proposto pela LDC é insuficiente para garantir que terras recentemente desmatadas sejam excluídas da cadeia de suprimentos da empresa, sendo que em 2020 um total de 207.813 hectares da superfície desmatada no Cerrado encontrava-se em fazendas que já possuem áreas plantadas de soja.
• Uma pesquisa publicada no Rapid Response Monitoring System mostra que a Calyx Agro, subsidiária da LDC, esteve implicada em casos de desmatamento e incêndios florestais na Fazenda Esplendor e na Fazenda Novo México, em Jaborandi, no estado da Bahia, desmatando 3.737 hectares entre 14 de fevereiro de 2020 e 29 de maio de 2020. Posteriormente, a NASA detectou incêndios nas fazendas em 3 de julho de 2020.
• Nos últimos cinco anos, 76% da expansão da fronteira agrícola no Cerrado aconteceu em áreas onde anteriormente existia vegetação nativa única, mas atualmente foram desmatadas para plantação de monoculturas industriais de soja. O apoio financeiro a este projeto indiretamente tolera e apoia os impactos devastadores dessa prática extrativista.
• investimento da LDC na Ferrogrão aumentará o desmatamento na Amazônia e facilitará a expansão da produção brasileira de soja através de novos meios de transporte voltados para a entrega de alimentos em fazendas industriais insustentáveis em outros países.
• As referências bibliográficas científicas reconhecem amplamente que a produção de monoculturas com agrotóxicos intensivos é prejudicial para os solos, a água e a biodiversidade, recursos fundamentais para o desenvolvimento da agricultura e a produção de alimentos suficientes para as gerações futuras.
• Devido aos diversos impactos na saúde humana e no meio ambiente, conforme documentado neste detalhado relatório do governo alemão, a produção de vastas monoculturas de soja contraria muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo o ODS 1, 6, 13 e 15.
• relatório Perspectiva global do uso da terra 2, publicado em abril de 2022 pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), identifica as “monoculturas intensivas em larga escala” como um elemento-chave na geração de emissões de gases de efeito estufa. Este relatório do governo alemão documenta o significativo desmatamento e os impactos climáticos associados à produção de soja no Brasil, bem como critica a meta anual de redução de gases de efeito estufa de 1% da LDC como inteiramente insuficiente para atingir as metas de Paris de 2030.
• Além das emissões de gases de efeito estufa, um estudo recente publicado no periódico Nature identificou que a produção de monoculturas na região do Cerrado é uma grande ameaça à estabilidade climática, produzindo escassez de água e temperaturas mais altas, que podem ser “fatores limitantes para o desenvolvimento da soja” e “podem colocar em risco a produção de alimentos e a estabilidade do bioma”.
• uso da terra para a produção de soja pode resultar em atividades agrícolas menos lucrativas, como a pecuária, que se desloca para áreas florestais na Amazônia e no Cerrado, onde as árvores são derrubadas. - Grande parte das compras de soja e milho financiadas pela IFC provavelmente será usada para alimentar animais de criação industrial no exterior e no Brasil, e não como alimento para consumo humano. Há muitas razões pelas quais a IFC não deve bancar a produção pecuária industrial, incluindo o financiamento das monoculturas de soja e milho que permitem estas operações.
• 77% da soja mundial é usada como ração animal, principalmente no setor intensivo de suínos e aves. O financiamento de alimentos para animais em tempos de grande escassez de grãos para consumo humano direto, como será o caso esse ano, contradiz o ODS 2 de acabar com a fome.
• Parte da produção de soja e milho da LDC pode ser usada para alimentar uma indústria pecuária
altamente insustentável no Brasil, responsável pelo intenso desmatamento e pela metade das emissões de gases de efeito estufa no país. A pecuária industrial, incluindo a produção de matérias-primas, desencadeia a concentração da terra e o despovoamento rural, produzindo efeitos especialmente negativos para as mulheres, que são privadas de sua renda, segurança alimentar e funções tradicionais como guardiãs do conhecimento e conservacionistas.
• A produção pecuária industrial consome 40% da produção mundial de cereais (trigo, milho, cevada), tornando de forma muito ineficiente este alimento nutritivo em carne e leite e afetando a segurança alimentar. Se os cereais usados como ração animal fossem usados para consumo humano direto, mais 3,5 bilhões de pessoas poderiam ser alimentadas a cada ano. Produzir safras comestíveis para alimentação de animais promove o uso imensamente perdulário da terra e da água
• A enorme demanda da pecuária industrial por grãos tem alimentado a intensificação da produção agrícola. Este cenário, com o desenvolvimento de monoculturas e a utilização de agrotóxicos, tem produzido a degradação do solo, perda de biodiversidade, poluição e uso excessivo de água e poluição do ar. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) afirma que o alto rendimento na agricultura intensiva pode prejudicar os serviços ecossistêmicos e, portanto, ” a produção de alimentos é seriamente afetada, trazendo como resultado uma espiral descendente viciosa”. Os empréstimos propostos pela IFC contribuirão indiscutivelmente para essa espiral descendente.
• Em condições de lotação e estresse, a produção pecuária industrial contribui para o surgimento,
propagação e amplificação de patógenos, alguns dos quais são zoonóticos. Um estudo de 2022 afirma que “as cepas de gripe pandêmica […] podem surgir em grandes fazendas”.
• uso regular de antibióticos destinados ao uso humano pelos produtores industriais de carne tem
contribuído para o surgimento de uma crise de resistência a antibióticos responsável por 700.000 mortes anuais a nível mundial.
• A produção industrial utiliza práticas desumanas (como gaiolas e caixas de gestação) e impede que os animais expressem seus comportamentos naturais.
Em conclusão, instamos a IFC a não aprovar este pacote de empréstimos, pois perpetuaria a produção de monoculturas de soja e milho em larga escala com o uso intensivo de agrotóxicos no Brasil, promovendo:
❖ Especulação fundiária, causando aumento dos preços da terra e conflitos com as comunidades tradicionais;
❖ Aumento das emissões de gases de efeito estufa, destruição ambiental e degradação dos recursos do solo, ar e água, prejudicando a saúde humana e afetando a produção de alimentos da comunidade local;
❖ Desmatamento adicional e/ou desmatamento de habitat nativo dentro do Cerrado e outros biomas-chave.
Além disso, este empréstimo apoiará o fornecimento de alimentos para animais para a produção pecuária industrial, prática ambientalmente destrutiva, em vez de destinar estes cereais para consumo humano direto num momento em que existe um consenso científico claro sobre a necessidade de: 1) Mudar para dietas de menor consumo de carne em populações com alto consumo de produtos de origem animal; e 2) Mudar para sistemas regenerativos bem gerenciados, como a agroecologia e a agricultura orgânica, sistemas alimentares que cumpram com as capacidades de carga do planeta e onde os animais de criação estejam em condições saudáveis que permitam minimizar o uso de antibióticos e o risco de zoonoses.
Atenciosamente,
Brasil
Arca Brasil
Alianima
Amigos da Terra Brasil
Animal Equality Brasil
Associação Mercy For Animals Brasil
Ecologia e Ação
Fórum da Amazônia Oriental
Federação de Órgãos para Assistência Social e
Educacional
Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal
Instituto Comida do Amanhã
Instituto Maíra
Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
Sinergia Animal
Slow Food Brasil
Sociedade Vegetariana Brasileira
Estados Unidos
350 Seattle
50by40
A Growing Culture
A Well-Fed World
Action Aid USA
Amazon Watch
Agroecology Project
Animal Legal Defense Fund
Better Food Foundation
Biggest Little Plant Pod
Brighter Green
Center for Biological Diversity
Center for Food Safety
Climate Healers
Community Alliance for Global Justice
Compassion in World Farming USA
CT General Assembly District 146
Direct Action Everywhere
Eat for the Earth
Encompass
Endangered Species Coalition
Factory Farming Awareness Coalition
Fair Start Movement
Farm Forward
Farmworker Association of Florida
Food Revolution Network
Gender Action
Healthy Kids, Happy Planet!
In Defense of Animals
Institute for Agriculture and Trade Policy
Jewish Veg
Lady Freethinker
Lantern Publishing and Media
Laurie M. Tisch Center for Food, Education & Policy,
(Teachers College Columbia University)
Maryknoll Office for Global Concerns
Mothers of the Amazon
Oceanic Preservation Society
Our Planet. Theirs too.
Reducetarian Foundation
Planetary Health Collective
Roots of Change
Salish coast land and marine conservation society
SEED: Strategies for Ethical and Environmental
Development, Inc.
Seeding Sovereignty
Self
Sentient Media
Slow Food USA
The Oakland Institute
The Raven Corps
True Health Initiative
Vegetarians in New Energy Sources
Vegetarian Resource Center
Waking Justice
Washington Brazil Office (WBO)
Zero Hour
América Latina
Acción Ecológica (Ecuador)
Asoc. Red de coordinación en biodiversidad (Costa
Rica)
Asociacion Arba (Peru)
Asociación Unión de taller 11 de septiembre (Bolivia)
Cehprodec (Honduras)
Censat Agua Viva – Amigos de la Tierra (Colombia)
Centro de estudios HEÑÓI (Paraguay)
CESTA Friends of the Earth (El Salvador)
Comité de Defensa Ambiental de Cabrero (Chile)
Consejo de mujeres y biodiversidad (Guatemala)
Derecho Ambiente y Recursos Naturales DAR (Peru)
Eco embajador el Salvador centro América (El Salvador)
Fauna Querida (Argentina)
Fundación ASLA (Nicaragua)
Fundacion Tremendas (Chile)
Fridays for Future (Chile)
Grupo Semillas (Columbia)
Latin Association of Integral Human Settlements
(Bolivia)
Ecosistemas (Chile)
Maule Itata Coastkeeper NGO (Chile)
Proyecto Green (Chile)
Red de Observadores Ciudadanos A.C. (Mexico)
Red Nacional de Jóvenes de Ambiente (Colombia)
Rio Mapacho Waterkeeper (Peru)
Voicot (Argentina)
UNITE 2030 Venezuelan Delegate
Centro de Derechos Humanos Zeferino Ladrillero
(Mexico)
Biofabrica Organitol (Colombia)
Reino Unido
Catholic Agency for Overseas Development
Compassion in World Farming International
EcoNexus
Environmental Justice Foundation
Green Living
Planet Tracker
Recourse
Soil Association
The Bretton Woods Project
Europa
Agora Association (Turkey)
Aktionsgemeinschaft Solidarische Welt ASW (Germany)
Amigos de la Tierra (Spain)
BankTrack (Netherlands)
Bomenstichting Achterhoek (Netherlands)
Campaigns and Activism for Animals in the Industry
(Bulgaria)
Center for Climate Crime Analysis (Netherlands)
Christians for Animals (Poland)
Climate Alliance of European Cities with Indigenous
Rainforest Peoples (Germany)
Corporate Europe Observatory (Belgium)
Dyrenes Alliance (Denmark)
Deutscher Tierschutzbund e.V. (Germany)
Environmental Action (Germany)
Ethical Farming Ireland CLG (Ireland)
FIAN (Sweden)
Forum Ökologie & Papier (Germany)
FOUR PAWS International (Austria)
Friends of the Earth Sweden
Friends of the Earth Belgium
GAIA (Belgium)
Just Finance International (Netherlands)
Menschen für Tierrechte – Bundesverband der
Tierversuchsgegner e.V. (Germany)
NOAH (Denmark)
Nevidimi Zhivotni (Invisible Animals) (Bulgaria)
Profundo (Netherlands)
Public Eye (Switzerland)
Real Food Systems.org (Switzerland)
Rettet den Regenwald e.v. (Germany)
Slow Food International (Italy)
Transform!Italia (Italy)
Uniterre (Switzerland)
Urgewald e.V. (Germany)
Vegan Sustainability (Ireland)
Vegetarian Society of Denmark (Denmark)
XR Milano (Italy)
África
Aalem for Orphan and Vulnerable Children, Inc.
(Liberia)
Abibinsroma Foundation (Ghana)
African Centre for Biodiversity (South Africa)
Association pour l’Integration et le Developpement
Durable au Burundi (Burundi)
Biowatch South Africa
Coalition of African Animal Welfare Organisations
(South Africa)
Compassion in World Farming (South Africa)
Daami Youth Development Organization (Somalia)
Haki Nawiri Afrika (Kenya)
Improved Right and Health Intervention for Vulnerable
Person’s in Nigeria
Mazingira Institute (Kenya)
Nigerian Society for Environmental Conservation
NGO Asrad (Mali)
SUHODE Foundation (Tanzania)
The Humane Education Trust (South Africa)
Uganda Vegan Society
Witness Radio (Uganda)
Young African Change Makers (Cameroon)
Zambia Climate Change
Ásia
All India Union of Forest Working People AIUFWP
(India)
Animal Rights Center (Japan)
Animals Don’t Speak Human (Indonesia)
Association For Promotion Sustainable Development
(India)
Centre for Research and Advocacy, Manipur (India)
Community Resource Centre (Thailand)
Environics Trust (India)
Environment & Animal Society of Taiwan
Environmental Protection Society (Malaysia)
Food Sovereignty Alliance (India)
Internacional Indigenous Peoples Movement for Selfdetermination and Liberation (Philippines)
JPIC Kalimantan (Indonesia)
Oyu Tolgoi Watch (Mongolia)
Right to Food campaign (India)
Root The Future (Thailand)
Roots for Equity (Pakistan)
The 14% Project (Malaysia)
Timuay Justice and Governance (Philippines)
Youngo (Nepal)
Australia and New Zealand
Animals Aotearoa (New Zealand)
Animals Australia
Australian Food Sovereignty Alliance
Australian Vegetarian Society
The Lentil Intervention (New Zealand)
Canadá
Animal save movement
Greenpeace Canada
Manitoba Animal Save
University of British Columbia
Internacional
Indigenous Peoples Global Forum for Sustainable
Development
Inclusive Development International
GRAIN
Society for International Development
Vegan International
World Climate Council
World Federation for Animals
CC.
Tomasz Telma, Senior Director, Manufacturing, Agribusiness and Services, International Finance Corporation (IFC)
Mary Porter Peschka, Director, ESG Sustainability Advice & Solutions Department, IFC
Tania Kaddeche, Head of Manufacturing, Agribusiness and Services (MAS), IFC
Vivek Pathak, Global Head, Climate Business IFC