Em 2015, numa visita ao Brasil o fundador do Slow Food, Carlo Petrini, assinou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Este acordo reafirma o interesse do Slow Food em estar junto ao Ministério promovendo a agricultura familiar brasileira.
Em decorrência deste ACT, ocorreu nos dias 19, 20 e 21 de Abril de 2016, em Brasília/DF, o Seminário Nacional de Implantação do projeto “Alimentos bons, limpos e justos: ampliação e qualificação da participação da agricultura familiar brasileira no movimento Slow Food”.
A abertura do seminário ocorreu com a presença de Marcelo Piccin (MDA), Georges Schnyder (Slow Food), Renê Birochi, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Glauco Schultz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que expressaram o entusiasmo com o potencial deste projeto apesar do cenário político incerto que atravessamos neste momento.
Da esquerda para a direita: Renê Birochi (UFSC), Glauco Shultz (UFRGS),
Marcelo Picchin (MDA) e Georges Schnyder (Slow Food Brasil)
O evento reuniu a equipe Slow Food Brasil/Internacional , o grupo gestor da UFSC, representantes do MDA e professores de outras Universidades e Institutos Federais convidados a conhecer e integrar o projeto em seus territórios de atuação.
O projeto visa fortalecer a agricultura familiar, utilizando diretrizes e mecanismos do movimento Slow Food como ferramenta de promoção e qualificação da agricultura familiar, contando também com colaboração de diversas universidades em todo o país.
Toda essa articulação tem como metas identificar produtos novos para a Arca do Gosto, criar novas Fortalezas e consolidar as já existentes, aproximar e incluir novas Comunidades do Alimento, viabilizar o acesso a mercados estabelecendo o escoamento da produção e capacitar jovens rurais em ecogastronomia.
Recebemos também no evento a participação ilustre de Francisco Dal Chiavon (Chicão), uma das lideranças históricas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e representante da União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas), que numa breve fala mencionou a necessidade da aproximação das universidades com o movimento campesino e ressaltou a importância do resgate de práticas tradicionais que conservem a agrobiodiversidade e permitam seu desenvolvimento.
O projeto terá duração de 2 anos, é financiado pelo MDA e tem coordenação compartilhada entre Slow Food e UFSC.