"Comer é uma atividade humana central não só por sua freqüência, constante e necessária, mas também porque cedo se torna a esfera onde se permite alguma escolha. Para cada indivíduo, representa uma base que liga o mundo das coisas ao mundo das idéias por meio de nossos atos. Assim, é também a base para nos relacionarmos com a realidade. A comida ‘entra’ em cada ser humano. A intuição de que se é de alguma maneira substanciado – ‘encarnado’ – a partir da comida que se ingere pode, portanto, carregar consigo uma espécie de carga moral. Nossos corpos podem ser considerados o resultado, o produto, de nosso caráter que, por sua vez, é revelado pela maneira como comemos." (MINTZ, 2001)
A partir da citação reproduzida acima, extraída de um artigo do antropólogo Sidney Mintz, podemos perceber como o tema das escolhas alimentares é central no campo dos estudos em alimentação e cultura.
E é atenta às escolhas alimentares que Manuela Jomori nos leva, em Escolhas de peso, a observar os frequentadores de um restaurante "a quilo" de Florianópolis, Santa Catarina.
Como podemos, a partir da análise da composição e da descrição de seus pratos, apreender algo sobre quem são? O que suas escolhas alimentares comunicam de suas visões de mundo? Essas são algumas das questões que Manuela discute em sua dissertação de mestrado, que deu base ao artigo aqui apresentado. O prato está servido.
Referência: MINTZ, Sidney W. Comida e antropologia: uma breve revisão. RBCS, 16(47), 2001.