A cagaita é uma fruta nativa brasileira, presente em todo o bioma Cerrado, na região centro-oeste do Brasil. Sua árvore é de porte médio, de três a quatro metros de altura, com ramos tortuosos, tem tronco enrugado e folhas que lembram as da goiabeira. A árvore floresce de agosto a setembro e frutifica de setembro a outubro. A fruta é globosa e achatada, de dois a três centímetros de diâmetro, de coloração amarelo-pálida, com uma a três sementes brancas envoltas em polpa de coloração creme, de sabor acidulado.
Os frutos são bastante consumidos, tanto ao natural como na forma de doces, geléias, sorvetes e sucos, podendo ter sua polpa congelada por até um ano. O fruto é bastante perecível quando maduro, devendo ser comido ou processado logo após colhido, para que não ocorra oxidação do mesmo. Especial atenção é dada quanto à quantidade de frutos ingeridos, principalmente quando quentes ao sol, grande quantidade gera efeito laxante, responsável tanto pelo nome popular como pelo científico. A árvore é também medicinal, melífera, ornamental e madeireira. A casca serve para curtumes, sendo uma das corticeiras do Cerrado, com até mais de 2 cm de espessura. Além de efeito laxante dos frutos, seu uso medicinal está associado à ação anti-diarréica de suas folhas.
Área tradicional de produção, detalhes sobre a origem do produto e ligação com grupos locais
Como árvore nativa do cerrado a cagaita faz parte da vida de muitas comunidades. Com o avanço da pecuária e da agricultura intensiva em grande parte da região centro-oeste por onde se extende o bioma, as cagaiteiras começaram a ser derrubadas o que começou a preocupar os produtores. O beneficiamento dos frutos do cerrado, sua comercialização e replantio tem sido estratégias usadas por estes grupos para tentar preservar suas riquezas naturais e culturais, já que o hábito de catar e comer frutos do cerrado faz parte da história de convivência das comunidades com seu habitat.
O produto é tradicional da área de produção?
O fruto faz parte dos hábitos alimentares da região do Caxambu, sendo lembrado pelos mais velhos que já costumavam comê-lo. Atualmente o trabalho de beneficiamento do fruto é desenvolvido por um grupo de 8 mulheres, que coletam as frutas e fazem o seu beneficiamento na pequena agroindustria que possuem. A tarefa de coleta da fruta é realizada não somente em suas propriedades, mas também nas imediações e até mesmo no povoado. Desta tarefa muitas vezes participam também outros membros da família, principalmente os filhos.
O produto está sendo comercializado atualmente?
Os produtos da agroindustria, inclusive a geléia de cagaita, são comercializados, principalmente através da Central de Comercialização do Cerrado, entidade com a qual a associação da qual fazem parte, a Associação de Desenvolvimento Comunitário do Caxambu – ADCC mantém parceria. A Central tem aberto mais canais de comercialização e divulgação dos produtos.
As feiras e congressos que a ADCC participa, muitas com calendário fixo, também representam espaços de comercialização relevantes.
O mercado de Pirenópolis, que já é explorado pela Associação há bastante tempo, tem melhorado bastante em função do incremento do turismo na cidade nos últimos anos. Os produtos são vendidos aí, diretamente para pousadas e restaurantes, assim como em supermercados.
Qual o volume de produção e comercialização?
O grupo produz em média 250 vidros de geléia de cagaita por ano, produção resultante da coleta de frutos que se encontram em suas propriedades ou próximo delas. Dependendo da demanda pelo fruto beneficiado e da disponibilidade para fazer a coleta em áreas mais afastadas de suas propriedades, esta produção pode aumentar. O plantio de algumas mudas de cagaita já foi feito, mas de forma muito incipiente.
Nome e endereço de contatos relevantes com os produtores
Associação de Desenvolvimento Comunitário do Caxambu – ADCC
Érica Danielle de Mesquita
Fazenda Custódio Santos – Povoado do Caxambu – Pirenópolis – GO – 72980-000
Telefone: +55 (62)91071000
[email protected]
Nome e Endereço do Referente
Katia Karam Toralles
Chácara Pasárgada, estrada dos Pireneus, km 01
Pirenópolis – GO – 72980-000
Telefone: +55 (62) 33311388 / 98028422
[email protected]
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