A bacaba (Oenocarpus bacaba), também conhecida pelos nomes populares de bacaba-açu, bacabão, bacaba-do-azeite, bacaba-vermelha, bacabá, macabá, caper e abacaba é uma palmeira nativa da Amazônia encontrada também fora no território nacional, em países como Colômbia, Venezuela e Guianas, atingindo até 20m de altura. Como todas as palmeiras, pertence à família botânica das Arecaceas. Do seu fruto é possível extrair polpa, óleo e amêndoa. Da polpa, faz-se o conhecido “vinho de bacaba”, muito consumido na região. O tronco dá origem ao palmito, mas essa prática pode extinguir a palmeira em seu estado natural.
A palmeira produz grandes cachos com frutos muito semelhantes ao açaí: pequenas esferas de coloração roxa com pequenos caroços em seu interior. Esses frutos são retirados dos cachos, colocados de molho em água e posteriormente batidos para a retirada da polpa – que apresenta variações de coloração desde rosa claro até branca. Entre as potencialidades nutricionais se destacam o alto teor de fibras.
Assim como a maior parte dos frutos regionais amazônicos, a bacaba marca presença mais forte em cidades interioranas, em especial nas comunidades extrativistas e nas poucas que cultivam a palmeira. A maior parte da população urbana desconhece o fruto, realidade que o enfraquece e o coloca em perigo.
Praticamente não existem plantios de palmeiras bacaba para produção dos frutos. Essa realidade potencializa o extrativismo vegetal não-madeireiro em seus derivados. A planta incrementa a própria produtividade, se transformando em uma espécie indicada para sistemas agroflorestais e também para propriedades agroecológicas.
Apesar do potencial, necessita de fortalecimento e reconhecimento como produto regional e parte da sociobiodiversidade da Amazônia, principalmente em função do crescente desmatamento na região. A prática coloca bacabais selvagens nativos em perigo. A valorização dessa palmeira em todos os aspectos, principalmente do uso culinário, pode ser uma via para protegê-la, preservá-la e replicá-la no ambiente amazônico.
A polpa é consumida in natura, com ou sem adição de açúcar (é preferível que seja sem a adição de açúcar), conhecida tradicionalmente como o “vinho de bacaba”. Pode ser consumida aliada à farinha de tapioca, comumente consumida com o açaí. É possível também elaborar molhos salgados com a polpa da bacaba, que garante um toque muito especial ao preparo de pratos regionais.
Referências:
KINUPP, V. F. e LORENZI, H. 2014. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. Instituto Plantarum. Pg 152-153.