Estratégias para valorização de iniciativas agroecológicas e da agricultura familiar.
Com a homogeneização dos sistemas alimentares, questões relacionadas à comercialização podem complexificar e até inviabilizar o acesso a mercados às famílias agricultoras. A partir desse contexto, visando contribuir para a geração de renda e a permanência da juventude no meio rural, mais uma edição do Slow Food Indica está sendo realizada pela Associação Slow Food do Brasil, dessa vez, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará, através do Projeto São José.
Entre as atividades de qualificação, além de uma oficina virtual, uma oficina presencial em Fortaleza reunindo jovens e mulheres de diferentes regiões do estado com foco na construção coletiva e no desenvolvimento participativo de conteúdos estratégicos. “Vai ser a primeira vez que o Governo do Estado do Ceará vai fazer essa iniciativa com o Slow Food”, conta Karina Holanda, da Gerência de Fortalecimento Institucional do PSJ, ao apresentar a iniciativa aos participantes.
As ações têm como base as Etiquetas Narrativas, uma ferramenta desenvolvida pelo movimento Slow Food, que busca valorizar os aspectos bons, limpos e justos de cada produto na comunicação com seus consumidores. “O Slow Food Indica é uma metodologia que utilizamos para desenvolver narrativas que contam a história das comidas. Todas as iniciativas aqui envolvem algum tipo de alimento e contar um pouco de como ele chega até a mão do consumidor final é essencial para que seja dado o devido valor”, explica Glenn Makuta, gestor da ASFB e um dos dinamizadores das oficinas.
Estão participando, ao todo, 20 projetos produtivos. São jovens e mulheres cujos alimentos produzidos e comercializados possuem forte relação com seu território, entre os quais estão diversos tipos de mel, de diferentes abelhas, além de queijos, aves e vegetais. A ação é inovadora no estado por promover estratégias de acesso a mercados que dão destaque aos valores intrínsecos da produção. Nesse sentido, constrói laços sustentáveis do campo à mesa, salvaguardando a cultura alimentar dos territórios de origem ao fomentar práticas e saberes tradicionais da agricultura familiar cearense.