Alimentos que transformam o mundo

Dos cinco continentes, alimentos que transformam o mundo!

Das comunidades africanas aos grandes chefs, ao Salone del Gusto e Terra Madre, o panorama internacional do alimento bom, limpo e justo

Alimentos que transformam o mundo

A visita ao Salone del Gusto e Terra Madre 2012 é uma viagem fascinante de descoberta de alimentos do mundo inteiro. No grande Mercado, o visitante pode degustar especialidades vindas dos cinco continentes, encontrar produtores das comunidades do alimento e conhecer tradições gastronômicas, inclusive as menos conhecidas, na sua versão mais autêntica, graças aos cozinheiros da rede Terra Madre da África e da Ásia, que propõem cozinhas étnicas e comidas de rua. Através do alimento exposto, explicado, degustado, preparado e conjugado segundo diferentes abordagens culturais, são buscados e discutidos caminhos para um modelo de agricultura que preserve a biodiversidade, detenha a destruição dos recursos, diminua de modo significativo o aquecimento global e promova a solidariedade entre o norte e o sul do mundo. O Salone del Gusto e Terra Madre acontecem entre 25 e 29 de outubro de 2012, em Turim, na Itália.

 

Os pavilhões 1, 2 e 3 do Lingotto Fiere serão dedicados à Itália, e o Oval Olympic Arena receberá produtores vindos dos cinco continentes. Ao lado das Fortalezas Slow Food, especialidades alimentares de todo o mundo e produtos dos agricultores, criadores, pescadores e cozinheiros da rede de Terra Madre.

Da África à América Latina, passando pela Europa até o Extremo Oriente, as Fortalezas continuam sendo protagonistas. Mais de 100 bancas cor de laranja espalhadas pelo mercado oferecem queijos, embutidos, pães, doces, cereais e mel protegidos pelo Slow Food e provenientes de mais de 50 países. Da massa katta de Timbuktu e Gao, no Mali, ao licuri do Brasil; das antigas variedades de café de Lowero, em Uganda, aos queijos das pastagens de montanha dos Bálcãs; do mel de abelhas nativas de Puebla, no México, ao morango branco de Purén, no Chile; as Fortalezas acompanham os visitantes numa viagem de descoberta da biodiversidade do mundo inteiro, através de exemplos concretos e virtuosos de agricultura sustentável, baseada na qualidade, bem‐estar animal, tradição local, saúde e prazer do consumidor.

Seis Mercados da Terra são exemplos de como é possível encurtar a distância entre produtor e coprodutor: Tcherni Vit (Bulgária), Mumbai (Índia), Tel Aviv (Israel), Beirute (Líbano), Bucareste (Romênia) e Foça (Turquia).

O espaço de exposições do Oval está dividido em grandes macro‐áreas correspondentes aos cinco continentes, cada uma delas com um tema que serve de fio condutor:

  • No espaço da Europa, vai‐se do Mediterrâneo, com a predominância de óleos, pães e queijos, às produções da Europa Central (cervejas, vinhos, doces); da diversidade agrícola do Cáucaso aos tesouros escondidos dos Bálcãs. O tema central desta área é a proposta do Slow Food para uma nova Política Agrícola Comum (PAC) atenta aos jovens e à agricultura de pequena escala.
  • Na África, a viagem se estende por mais de 20 países, do cuscuz salgado de painço do Senegal à cola de Serra Leoa, passando pelo café selvagem de Harenna, na Etiópia. No coração da área, uma horta de 400 m2 ilustra, concreta e diretamente, um dos projetos mais ambiciosos do Slow Food: a realização de mil hortas na África.
  • A maior parte da biodiversidade agrícola do mundo nasceu na Ásia. Esta área apresenta a sua extraordinária variedade de tipos de arroz, chá, temperos e todo seu universo de culturas gastronômicas, interpretadas por cozinheiros coreanos, japoneses e malaios da rede Terra Madre, que oferecem comidas de rua aos visitantes mais curiosos.
  • Ao lado da Ásia, uma presença significativa é da Oceania, com os produtores da Fortaleza do taro e do inhame da ilha de Lifou, da Nova Caledônia, e a rede associativa australiana, com projetos e a luta pela preservação do alimento de qualidade.
  • No espaço da América Latina, são protagonistas as grandes áreas agroecológicas – andina, amazônica e mesoamericana – e as produções mais interessantes do continente: cacau, café, mel de abelhas nativas e bebidas alcoólicas como o mezcal, o rum e a cachaça.
  • Para a América do Norte, Canadá e Estados Unidos apresentam seus produtos e projetos para aproximar os consumidores da terra: os mercados rurais, a educação nas escolas, as campanhas que ensinam a comer melhor gastando pouco. Nesta área também fala‐se de política agrícola do futuro, a chamada Farm Bill, o equivalente americano da PAC.

Laboratórios do Gosto, Teatros do Gosto e Encontros à Mesa, além das Palestras (com tradução simultânea em inglês), abordam os temas e as campanhas da rede Terra Madre. Como na noite especial, em que cinco cozinheiros da América Latina se reúnem com Massimo Bottura para cozinhar usando produtos das comunidades do alimento. Ou nos Laboratórios do Gosto, onde as comunidades do alimento participam com especialidades de todo o mundo: temperos indianos, a versátil mandioca das receitas tradicionais latino‐americanas, vinhos naturais da Grécia e dos Bálcãs, e também os grandes vinhos de França, Espanha, Portugal, Eslovênia, Alemanha, Áustria, Grécia, Geórgia, Turquia, Sérvia, Croácia, Austrália e Nova Zelândia.

Saiba mais: http://salonedelgustoterramadre.slowfood.com/

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