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Oficina do Empadão

O Convívio Slow Food Pirenópolis  esteve reunido no dia 14 de Abril no Armazém da Rua para compartilhar mais umavez um momento de gastronomia alegre. E mais uma vez o nosso encontro foiinternacional, além de brasileiros de varias regiões, tinham quatro franceses eum italiano. Também participaram estudantes e professores do curso degastronomia da UEG de Pirenópolis e membros do convívio.

Desta vez fomos desvendar os segredos do verdadeiro empadão goiano. 

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Nossa professora foi a Telma Lopes, que há mais de 25 anos faz umtrabalho de resgate da culinária tradicional na Fazenda Babilônia , aqui em Pirenopólis.

Éramos mais ou menos 20 pessoas reunidas ao redor da mesa onde Telma colocoutodos os ingredientes necessários para a preparação dum empadão, previamentepreparados por ela e por membros do convívio.

O empadão é de origem portuguesa. Ele veio para Goiás com os primeirosportugueses que chegaram ao nosso estado no inicio do século XVIII.

A receita ficou mais ou menos a mesma desde então. Telma nos explicouque a massa é feita a base de farinha de trigo, água e óleo de girassol.Naquela época era então um prato para pessoas ricas, já que a farinha de trigo,o óleo e vários outros ingredientes tinham que vir da Europa. Hoje ele é um dospratos mais típicos do Goiás.

Enquanto a massa descansava, Telma cozinhava um frango caipira com umcaldo bem grosso. Este caldo foi usado como base para fazer o molho branco querende o empadão tão gostoso. Além do frango e do molho branco tem na receita tradicional:batata cozida, azeitonas, queijo branco, lingüiça, gueroba (um tipo de palmito,peculiar de Goiás, que tem gosto mais amargo), pão e molho de tomate. Nestareceita usamos o queijo artesanal daserra do salitre , que deu um toque todo especial ao prato.

Tudo estava pronto para começarmos a montar os empadões. Numa mesa de 5metros de comprimento foram colocados de um lado todos os ingredientes, dooutro lado vários potes de argila ou alumínio para que cada participantepudesse montar seu empadão.

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Telma, com a ajuda de algum participante, preparava a massa passando-apelo rolo, obtendo assim uma camada fina de pouco mais de 1 metro que é colocadasobre os potes. Com as mãos, empurra a massa para o fundo de cada pote e com umatesoura corta a massa para que ela preencha tudo e que um pouco de massa passe deum cm das bordas superiores.

Estamos prontos então para encher nossos empadões: no empadãotradicional se coloca um pedaço de pão com bastante molho de tomate, um pedaçode frango, um pedaço de lingüiça, um pedaço de queijo, meia batata cozida, umaazeitona, um pouco de gueroba e se molha tudo com o molho branco e com o molhode tomate.

Depois de encher o empadão, se faz outra camada de massa que é colocadapor cima, cortada do mesmo jeito que a primeira, deixando mais ou menos um cmpor fora das bordas da panelinha e se enrolam as duas bordas da massa parafechar o empadão.

Cada participante montou seu próprio empadão e finalizou-o dando seutoque pessoal colocando uma marca feita com um pequeno pedaço de massa por cimado seu empadão para reconhecê-lo depois de assado, uma letra, um coração, umcaramujo na honra do slow food, etc.

Antes de colocar os empadões no forno, um último detalhe: passar porcima deles uma pincelada de gema do ovo para que eles fiquem bem dourados.

Última etapa antes da recompensa: 20 minutos no forno bem quente eestamos prontos para degustar os nossos empadões.

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Começamos a comê-los: é realmente uma delicia muito melhores do que osempadões que se pode achar no comércio! A prova irrefutável: não sobrou nem um pedacinho!

 


Texto escrito a seis mãos: Giuseppe Muscogiuri, Laure Martin e KatiaKaram. Fotos de João Guilherme.

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