O Convívio Engenhos de Farinha realizou, no último dia 15, uma Farinhada no município de Angelina, que fica a 100Km de Florianópolis. O evento aconteceu na propriedade do Sr. Celso e D. Catarina, na localidade de Coqueiros, onde existe um engenho de farinha e de açúcar com mais de 70 anos movida com a força d’água. Esta família se aproximou do CEPAGRO em 2007, a partir de oficinas sobre agroecologia realizadas no município. Hoje, boa parte da produção é ecológica e a família entrou no Movimento Slow Food através do Convívio Engenhos de Farinha.
Com a participação de aproximadamente 30 pessoas, dentre elas moradores locais, familiares, donos de restaurantes, representantes do poder legislativo de Florianópolis, consumidores, lideres do convívio, professores da rede pública de ensino, estudantes e técnicos do CEPAGRO, a Farinhada começou cedinho com o Sr Celso fazendo a colheita da mandioca, e trazendo para o engenho nos seus balaios de taquara. Quando os convidados chegaram, D. Catarina serviu um delicioso café com produtos típicos, mostrando justamente a fusão das culturas indígenas, açorianas e alemãs que a caracterizam a região. No café da manhã tínhamos pães de raízes, doces de frutas, chimias, pirão de feijão frito, cuscus, bejus, derivados de leite, etc.
Logo após o café o pessoal foi ajudar a descascar a mandioca, passar no sevador e preparar a massa para ser colocada na prensa, todo o trabalho e o evento foi acompanhado pela Equipe do Programa "Nossa Terra, Nossa Gente" da TVBV, que gravou todo o processo da Farinhada, realizou entrevistas com os participantes, e enalteceu a importância do movimento Slow Food.
No momento em que a massa estava na prensa foi servido o almoço com aipim cozido, um cozido de carnes, verduras da região, arroz, feijão, todos alimentos da propriedade e redondezas. Logo após fizemos uma roda de apresentações, intenções e motivações de cada um de estar participando deste espaço. Desta forma fortalecemos as ações do Convívio e do movimento Slow Food.
Retornamos para o engenho e começou a processo de secagem da massa e a produção da farinha no forno. Assim que a primeira fornada saiu só dava de ver as pessoas com a mão e a boca cheia de farinha quentinha!!
As pessoas, ao retornar para os seus lares compraram açúcar mascavo, farinha de mandioca, doces e mel da família que realizou a Farinhada, movimentando a economia local e fortalecendo o elo entre quem produz e quem consome! Desta forma percebemos que o objetivo do encontro foi alcançado, pessoas saindo contentes com o que experimentaram durante todo um dia, a comunidade sendo valorizada por suas práticas e modos de vida e os abraços com um gostinho de querer mais.