A mama-cadela (Brosimum gaudichaudii) é um arbusto lactescente que pode chegar a 8m de altura, muito comum na zona dos cerrados do Centro-Oeste brasileiro mas com ocorrência em outras regiões do Norte e Sudeste.

Apresenta muitos nomes populares tais como mamica-de-cadela, fruta-de-cera, algodão-do-campo, chiclete-do-cerrado, amoreira-do-campo, mururerana, apé, apé-do-sertão, conduru, conduri, conduro, inhoré, inharé, manacá, manacá-do-campo, guapinima, espinho-de-vintém; um desses nomes, Ibapinima, vem do tupi-guarani e significa “fruta pintada” ou myrá-pinima “madeira pintada”, características bem evidentes nessa espécie.

Mama-cadela. Foto: Agência Brasil

Pertencente à família das Moráceas, apresenta folhas coriáceas, elípticas ou oblongas, sem pêlos na parte superior e pubescente na inferior, de tamanhos muito variados na mesma planta. Tem ramos cilíndricos, escuros e estriados; tem flores discretas reunidas em inflorescências formadas entre junho e agosto. Os frutos apresentam cerca de 2 cm, são compostos, amarelo-alaranjados, com polpa fibro-suculenta e sabor doce muito agradável, que amadurecem entre setembro e novembro, apresentando semente única.

Apesar de pequenos e de apresentarem uma polpa pegajosa, esses frutos são muito procurados, especialmente pelas crianças, e costumam ser chupados, sorvidos e mastigados como goma de mascar até que reste apenas um resíduo macilento sem graça. Pimentel Gomes chega a afirmar que a mama- cadela é uma espécie de “chiclete natural”.

Tal resíduo tem uma consistência e uma aparência semelhantes às do algodão, da esponja ou da estopa e, por esse motivo, algodãozinho e algodão-doce são, também, outras de suas denominações populares.

O fruto é consumido in natura e também como sucos, sorvetes, doces, geleias, recheio para pães e bolos. É pouco conhecido fora de suas áreas de ocorrência e não é cultivada. Sua conservação e difusão entre a população se faz muito importante para sua conservação, já que é nativa de um habitat bastante ameaçado pela expansão da fronteira agrícola e pecuária. Segundo dados oficiais, o Cerrado já perdeu mais de 50% de sua cobertura vegetal.

Suas cascas, raízes, folhas e frutos verdes são citados na literatura como bastante significativos no tratamento de efermidades como gripes, resfriados, úlceras gástricas e principalmente, problemas de pele como dermatites, alergias e vitiligo. Sua casca é comercializada em bancas de raizeiros da região. Está entre as plantas citadas por 90% dos raizeiros, em um trabalho etnobotânico realizado na região de Goiânia. Além dos usos medicinais, suas raízes também são empregadas como aromatizante de tabaco para cachimbo ou cigarro de palha.

Indicação por Fabiana Lorande Monteiro Alves
Revisão por Jean Marconi de Oliveira Carvalho e Ligia Meneguello

Para mais informações:
– Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas (de consumo in natura). 2006. Lorenzi, H. et al.
Colecção de notícias  para a história e geografia das nações ultramarinas que vivem nos domínios portugueses ou lhes são visinhas. 1825. p. 162.
Remédio à base de mama-cadela pode ajudar pessoas com vitiligo

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