Carta a amigas e amigos do Slow Food – segundo turno eleições 2022

Nós estamos vivendo um momento político crucial no país que decidirá o destino de nossa nação nos próximos anos, com consequências para as próximas décadas. Muita gente entende que nós do Slow Food somos um movimento apolítico, que não devemos tratar temas políticos em nossa comunidade. No entanto, devemos entender claramente a diferença entre apolítico e apartidário. Assim ficará claro que o movimento Slow Food não pode e não deve jamais estar vinculado à bandeira de um determinado partido, pois é um movimento que reúne pessoas que militam ou tem simpatia por diferentes partidos políticos.

Desta forma, mais que apartidário o movimento deve ser considerado suprapartidário. Porém o movimento Slow Food não é e nem pode ser um movimento apolítico, pois isso seria dizer que não temos uma visão de mundo, princípios e objetivos claros sobre que sociedade queremos construir a partir de nossa relação com os alimentos, na produção, consumo e comercialização. Na eleição presidencial que estamos vivendo no Brasil estão em disputa dois projetos políticos antagônicos. Nunca no país foi tão evidente a diferença extrema entre duas propostas amplamente opostas sobre o Brasil que queremos no futuro. Não se trata apenas de uma diferença entre pessoas ou entre líderes sobre os quais podemos ter simpatias ou antipatias, adesão ou rejeição, admiração ou desprezo.

Desta forma, nós que somos membros do Slow Food devemos analisar a relação entre nossos princípios, valores e objetivos com os projetos políticos em disputa. É fundamental não votar contra nós mesmos, ou seja, não votar contra o Slow Food na hora de sufragar nosso voto a presidente. Nessa situação não se justificaria nossa militância do dia a dia por um alimento bom, limpo e justo votando contra um projeto que declara seu compromisso real e concreto à agricultura familiar, à reforma agrária, à agroecologia, à biodiversidade, à preservação das culturas e à conservação da natureza, ao combate à fome, à soberania e a segurança alimentar e nutricional, à geração de mais empregos, à proteção social, ao acesso à educação pública e de qualidade, ao fortalecimento do sistema público de saúde, à valorização dos territórios rurais, ao apoio à cultura, ao respeito e ao reconhecimento da diversidade de raça, de etnia, de gênero, de geração e de orientação sexual e sobretudo, ao compromisso com a democracia, com a paz e com a vida.

Está muito claro que, entre os dois projetos políticos em disputa, um deles abre todo o espaço possível para a realização dos objetivos e para a expansão e crescimento do Slow Food no Brasil. É muito evidente a relação entre um dos projetos políticos em disputa e os objetivos, propósitos e princípios que nós, integrantes do Slow Food, defendemos e nos empenhamos dia-a-dia com muita garra e determinação, para defendê-los e praticá-los. Pedimos que leve isso em consideração e não vote contra nós mesmos.

Não vote contra sua própria luta cotidiana. Nada justificaria seu empenho nesse movimento se o seu voto é contrário a tudo aquilo que defendemos com tanto entusiasmo, convicção e sacrifício para mudar o mundo pela via do alimento bom, limpo e justo. Lembremos nossa afirmação de que comer é um ato agrário e um ato político. É uma opção por um modelo de sociedade que queremos para todas e todos. E esse deve ser o nosso voto na eleição presidencial. Essa também é uma ação de cidadania para nós que fazemos esse extraordinário movimento. Fiquem todos com muita paz no coração.

Georges Schnyder
Glenn Makuta
Elaine Diniz Soares
Lígia Meneguello
Nane Sampaio
Antonio Augusto Mendes dos Santos
Fabiana Sanches
Valentina Bianco
Jussara Pereira Dutra
Isabella de Melo Moreira
Juliana Araujo Lima
Maria Conceição Oliveira
Monique Figueiredo Barboza
Dionete Figueiredo Axhcar
Kenia Cristina Barbosa Silva
Eliane Simões
Maria do Socorro A Nascimento
Alberto Viana de Campos Filho
Anayde Moretto Leite Lima
Jussara Dantas de Souza
Katia Karam Toralles
Marly Fré Bolognini
Samanta Nascimento Fabbris
Carlos Alexandre Demeterco
Thomas Ericksen Cavalcante De Araújo
Marina Vianna Ferreira
Camila Cristina B W da Rocha
Revecca Tapie
Larissa Henrique Nunes
Vanessa Moreira dos Santos
Jean Marconi de Oliveira Carvalho
Mariella Lazaretti
Poliana Schroer
Pedro Xavier da Silva
Thalita Kalix
Regina Praciano
Lina Luz Cavalcante
Jorge Izidro dos Santos
Rita Paula dos Santos Ferreira
Bela Gil
Alexandra Duarte de Lemos
Bibi Cintrão
Lucas Monteiro Mourão
Sara Almeida Campos
Anderson Carvalho dos Santos
Max Denvir
Karina Pereira Weber
Isabel de Jesus Santos dos Santos
Fulvio Iermano
Adriana Vernacci
Ana Laura Mosquera de Moraes
Driele Cristina Gomes Quinhoneiro
Luiz Carlos Rebelatto dos Santos
Maria Cristina Vannucchi Leme
Ana Paula Jacques
Julio Amaral
Fernando Rangel
Carolina Cardoso Borges
Paloma Bogel de Miranda Cysne Campos
José Guedes Fernandes Neto
Rita Taraborelli
Silvio Meneguello
Murilo Da Silva Silva Machado Juruna
Mariana Favilla Coimbra
Karina Mendes Francisco
Laís Meneguello Bressan

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