Slow Food assina declaração conjunta e expressa preocupação sobre simpósio sobre biotenologia da FAO

“Entre 15 e 17 de fevereiro de 2016, acontece o simpósio internacional da FAO (Organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura, na sigla em inglês) “O papel das biotecnologias agrícolas em sistemas alimentares sustentáveis e nutrição” na sede da FAO em Roma.
O programa do simpósio foca sobre a aplicação da ciência e tecnologia, especificamente as biotecnologias agrícolas. Em particular, o simpósio da FAO se propõe a enaltecer os benefícios de biotecnologias, transgênicos e outros constructos genéticos artificiais no desenvolvimento de sistemas alimentares e aumentando a nutrição no contexto das mudanças climáticas. Tecnologias baseadas nas Culturas são totalmente desconsideradas.
Slow Food assinou uma declaração conjunta com a Via Campesina, GRAIN e muitas outras Organizações da Sociedade Civil (OSCs) expressando suas preocupações acerca do programa do simpósio.

Slow Food enfatiza que os transgênicos não alimentam o mundo.

Eles são propriedade das ‘Seis Grandes’ corporações transnacionais e cultivadas principalmente em alguns países com plantações industriais com fins de produção de agrocombustíveis e ração animal. Eles aumentam o uso de pesticidas e expulsam os campesinos da terra. Além do mais, o sistema alimentar industrial que ela promove é um dos principais fatores que agravam as mudanças climáticas.
No ano passado, a FAO sediou um simpósio internacional de agroecologia e realizou três encontros regionais em conjunto com governos e OSCs para discutir como levar adiante a agenda agroecológica. Aquelas atividades eram muito mais próximas da forma que a FAO deveria agir: como um centro para troca de conhecimentos. Ainda que a FAO não cumpriu tais expectativas. Ela não organizou um simpósio de agroecologia, favorecendo a industria de biotecnologia e as mesmas corporações que já controlam 75% do setor privado global em pesquisa e desenvolvimento na agricultura.
De acordo com o Slow Food, a FAO parece estar se limitando às corporações de biotecnologia, negando a existência de tecnologias, habilidades e conhecimentos campesinos. Slow Food acredita que protegendo comunidades locais e produção da agricultura familiar é vital para a conservação da biodiversidade, erradicação da fome, aumento da saúde, garantir segurança alimentar, manter modos de vida rurais (e urbanos), manejar recursos naturais e proteger o meio ambiente.

Agricultores de pequena escala são aqueles que alimentam o mundo.

Precisamos aprender deles a proteger seus conhecimentos tradicionais, e não de corporações de biotecnologia.
Esse é o motivo pelo qual Slow Food e outras organizações signatárias da declaração apela para mudanças nas prioridades da FAO, pedindo que a organização busque com determinação a agroecologia e a soberania alimentar como caminho para alimentar o mundo, ao invés de permitir que corporações empurrem suas agendas biotecnológicas.”

O post original “Slow Food Signs Joint Statement and Expresses Concern over FAO Symposium on Biotechnology” foi publicado por Slow Food Internacional e refere-se à Declaração Conjunta (em inglês) de várias OSCs.

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