O direito ao alimento é o foco do próximo Congresso Internacional do Slow Food. É o que anuncia, em mais de 50 idiomas, o documento congressual
De 25 a 29 de outubro de 2012, em Turim, nos mesmos dias do Salone del Gusto e do encontro do Terra Madre, terá lugar o Congresso Internacional do Slow Food. Pela primeira vez, um documento congressual será traduzido nos idiomas dos inúmeros países onde o Slow Food está presente: mais de 50. O documento será distribuído aos sócios, aos conviva e às comunidades, transmitido à mídia, às instituições político-culturais e às demais organizações que lutam pela defesa do meio ambiente, dos bens comuns e dos direitos primários.
A ideia é que o documento fique aberto, para incentivar um debate mundial capaz de estimular o grande potencial que, graças à diversidade, o Slow Food e a rede do Terra Madre representam.
A diversidade não se governa, ama-se; o compartilhamento de ideias é um ato de liberdade. União e diversidade podem andar de braços dados, progredindo juntas. No documento tentamos tocar no coração desses conceitos, fazendo o possível para que sejam compreendidos em qualquer meio cultural. Caberá a cada convivum ou comunidade enriquecer o documento com sua própria experiência pessoal.
No início era uma ideia que parecia apenas uma intuição genial, mas ao longo do tempo se tornou uma certeza compartilhada: a centralidade do alimento. Um ponto de partida extraordinário para uma nova política, uma nova economia, uma nova sociabilidade. Esta certeza foi crescendo com o tempo, não somente no Slow Food e na rede do Terra Madre, mas em todas as regiões do mundo, aumentando a consciência de milhões de pessoas.
A centralidade do alimento: porque temos a certeza de que o direito ao alimento é um direito primário da humanidade, capaz de garantir a vida não só do gênero humano, mas de todo o planeta. Precisamos lutar pelo direito ao alimento e para erradicar a fome, assim como se lutou para acabar com a escravidão: já não temos mais tempo a perder.
Com o alimento no centro das atenções, há mais oportunidades para preservar a fertilidade do solo e a salubridade da água e do ar, para defender a biodiversidade e a paisagem, para defender a nossa saúde, a nossa consciência e a nossa memória; para que resgatar prazer, sociabilidade, convívio, e compartilhamento. Todas estas oportunidades serão em vão se não aceitarmos a volta à terra, a luta contra o desperdício, a construção de economias locais e a importância de uma educação permanente. Precisamos reafirmar o direito universal ao alimento.
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Texto de Carlo Petrini, Presidente do Slow Food Internacional