O yügüh (chamado assim pelos povos pertencentes à família linguística Tupi-Guarani), também conhecido como yükuh, é um sal produzido pelos indígenas do Xingu, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – principalmente Kamayurás e Yawalapitis -, a partir do aguapé, uma planta aquática nativa da Amazônia. Tradicionalmente usado na alimentação, era fornecido principalmente pelos Mehinako, e provinha do cozimento das cinzas desta planta.
É um produto raro, produzido à partir de uma planta sazonal, local e indígena. A técnica é artesanal, e os indígenas dizem que o produto tem propriedades medicinais, diferente do sal marinho. Seu uso gastronômico é para a salga dos alimentos, equivalendo ao sal comum.
A planta é colhida apenas em uma época do ano, entre julho e setembro, época de seca dos rios; a produção do sal estende-se até outubro. A planta é colocada para secar, triturada, torrada, misturada com água, cozida e coada e posta novamente para secar
.Indígena Kuikuro retira grandes amontoados de aguapé.
Lagoa do Aguapé – Terra Indígena Xingu (MT) – 2012 – Foto: Renato Soares
Os Yawalapiti e os Kamaiurá vivem na região conhecida como Alto Xingu, povoada por grupos que falam vários idiomas, mas que compartilham em grande medida um mesmo repertório cosmológico, com modos de vida semelhantes e articulados por trocas comerciais, casamentos e cerimônias inter-aldeias.
Indicação por Anuiá Yawalapiti e Kerrey Kamayurá.
Revisão por Jean Marconi de Oliveira Carvalho e Ligia Meneguello
Para mais informações:
Yawalapiti – Povos Indígenas no Brasil – Instituto Socioambiental
Mehinaku – Mensagem da Amazônia
Índios do Brasil, de Julio Cezar MelattiJulio Cezar Melatti
Almanaque Socioambiental Parque Indígena do Xingu 50 anos
Este produto foi indicado pelo projeto