Farinha de Mandioca de Anastácio

Arca do Gosto // Cereais, amidos e farinhas

farinha de pulador // Município de Anastácio - Mato Grosso do Sul

O município de Anastácio, região que foi palco da Guerra do Paraguai, recebeu no início do século 20 um grande número de retirantes nordestinos que buscavam melhores condições de vida no Pantanal. Atraídos pelo preço baixo das terras pouco habitadas, famílias numerosas iniciaram plantações de mandioca e implementação de casas de farinha.

Geralmente a mandioca usada para essa farinha é a variedade conhecida como “paraguaia” ou “paraguainha”. Pequena, amarelada e de colheita mais cedo que a maioria das variedades, possui ciclo de cerca de 6 meses. Para a produção da farinha, a mandioca é descascada e, em seguida, é ralada em ralador artesanal. Depois, passa por um processo natural de secagem que leva aproximadamente 1 dia. Após a secagem é realizada a torra da farinha em forno à lenha. O tempo de torra varia e a gramatura da farinha também. A qualidade do produto tornou-se famosa no estado e impulsionou a criação de uma festa anual, que acontece sempre no mês de maio, integrando o calendário fixo de eventos da cidade.

Fabricado nos moldes artesanais há mais de 100 anos, a farinha de Anastácio conta com uma produção limitada. Isso se deve ao crescente êxodo rural de jovens nas últimas décadas ocasionando o fechamento de grande parte das casas de farinha. Grande parte dos produtores da farinha está em idade avançada, o que contribui ainda mais para o risco de extinção do produto cujo cultivo está livre de agrotóxicos e defensivos agrícolas.

Usos gastronômicos

Consumo em receitas pantaneiras, em grande parte acompanhada de peixes ou carne bovina.

Indicação

Jairo Arruda de Souza e Anderson Medeiros

Pesquisa

Sara Almeida Campos

Revisão

Ligia Meneguello

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