O tarubá é uma bebida leitosa preparada à base de mandioca, mais uma tradição dos povos indígenas da Amazônia. Possui aroma agradável e sabor levemente adocicado, e não tem relação com nenhum outro tipo de bebida conhecida.
Hoje em dia pode ser encontrado à venda quase que unicamente em feiras do interior do Pará.
Preparar o tarubá é muito trabalhoso e o procedimento consome vários dias. Após a extração do tucupi (molho tradicional obtido com a prensa da massa da mandioca), forma-se a massa do beiju, assadas após esse procedimento. Após isso, deita-se o beiju sobre uma cama de folhas de palmeira, onde é molhado com água e salpicado com as às características folhas verdes do curumi ou curumin-caá (Ravenala guaianensis), e coberto com também com folhas de palmeira. Assim protegida, a massa descansa por uma certa sequência de dias, ocorrendo fermentação. Dependendo de quantos dias essa massa passa em repouso, podemos ter também uma fermentação alcoólica. Os produtores e produtoras do tarubá são quem decide o período completo desse repouso.
A bebida pronta, diluída em água, é bebida em dias normais, servindo de fortificante, tradicionalmente servida em cuias. Segundo a tradição da região do oeste do estado do Pará, o tarubá sempre foi muito apreciado durante os puxiruns, mutirões comuns que reúnem um grupo de pessoas do meio rural para a realização de trabalhos coletivos. Já o tarubá alcoólico é reservado para os dias mais festivos, como o Festival do Sairé, festa tradicional da região de Alter do Chão (Santarém – Pará), que valoriza a cultura do Boto na região.
A indicação do tarubá para a Arca do Gosto se justifica pelo fato do apelo cultural e regional que essa bebida carrega, sendo uma cultura estritamente amazônica. Além disso, tem relação mais forte com a região do Baixo Amazonas do Pará, região de Santarém.
Indicação: Susanne Gerber-Barata
Texto e pesquisa: Carlos Demeterco
Revisão: Ligia Meneguello
Produto embarcado pelo projeto
