O pé-de-moleque da região amazônica consiste em uma barra produzida a partir da massa da mandioca, e não do amendoim, como conhecido e produzido em outras regiões do Brasil. A receita do pé-de-moleque de macaxeira foi levada à Amazônia pela população que migrou do Nordeste para o Norte, durante o conhecido Ciclo da Borracha.
É comercializado sempre localmente e em pequena escala, sendo uma receita tradicional das comunidades do interior dos estados da Amazônia brasileira e também do Nordeste. A produção, tanto quanto a comercialização, é artesanal.
A massa preparada com a mandioca é assada em forno, e pode ser condimentada com cravo, canela, erva-doce. No Norte o toque mais regional e interessante para esse pé-de-moleque é a castanha da Amazônia, adicionada à massa em lascas frescas ou tostadas. Já na região Nordeste, é muito comum o uso de lascas de côco, que dão um sabor e uma textura muito agradáveis à receita. A massa é envolta em folha de bananeira antes de ser colocada no forno, geralmente de barro ou a lenha.
O produto merece maior reconhecimento e reforço em sua produção, para a manutenção dessa receita tradicional, muitas vezes mantida pelos costumes e pela cultura local. Além disso, é uma receita com um valor e um laço cultural extremamente brasileiros, pois originou-se no Nordeste e espalhou-se pela região Norte, justamente em função de estar ligada às populações locais. Sabendo que essa cultura corre grande risco, em função do desinteresse dos mais jovens, justifica-se a indicação do pé-de-moleque de mandioca para a Arca do Gosto.
Na maior parte dos casos o pé-de-moleque de mandioca é consumido em horários de café da manhã ou da tarde. Pode, perfeitamente, ser servido em eventos, em coquetéis eventuais.