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Ostra de Cananéia, Ostra do Povoado Mandira
Nome Científico:
Crassostrea brasiliana
Categoria:
Peixes – Crustáceos
Breve Descrição
A ostra é um molusco bivalve de corpo suculento e conchas bastante irregulares. A ostra do mangue (Crassostrea brasiliana) é nativa dos manguezais do Brasil e vive nas águas salobras dos estuários, fixas às raízes dos mangues. Também é conhecida como ostra de Cananeia por dois principais motivos: além de a região apresentar uma alta produtividade do molusco, com estoques bem conservados e qualidade da água propícia, foi em Cananeia que se passou a explorar a espécie para fins comerciais. Até então, o mercado só tinha aceitação para uma espécie exótica de ostra, a Crassostrea gigas.
Cananeia está no litoral sul de São Paulo, integrando o Complexo Estuarino Lagunar de Cananéia, Iguape e Paranaguá, por onde pode-se avistar alguns sambaquis, revelando a ancestralidade do consumo de ostras e outros bivalves. Apesar de o consumo ser de longa data, o extrativismo comercial da ostra tem apenas algumas décadas. Inicialmente, ocorria de forma não controlada e sem preocupação com a manutenção dos estoques. O interesse comercial também não era tão grande, e o escoamento difícil, de forma que os baixos preços pagos por dúzias de ostras começaram a levar a uma intensificação nas coletas por parte daqueles que tiravam sua renda da atividade.
A comunidade quilombola do Mandira está estabelecida na área continental do município desde o final do século XVIII. A área de manguezal do entorno foi considerada domínio dos mandiranos, e decretada como Reserva Extrativista do Mandira, em dezembro de 2002. A comunidade do Mandira tem como importante atividade produtiva o extrativismo no mangue, sendo a ostra (Crassostrea brasiliana) o principal recurso gerador de renda. Esta atividade, além de apresentar papel preponderante na realidade sócio-econômica-cultural da comunidade, apresenta enorme potencial como processo produtivo sustentável devido às características ecológicas da região e biológicas da espécie. Além disso, através do apoio de técnicos da região, foi implementada na comunidade a tecnologia de “engorda” de ostras. Essa forma de manejo mostrou-se uma alternativa eficaz, pois possibilitou a comercialização durante o período do defeso, colocou no mercado um produto com melhor aparência e consequentemente melhor preço, além de ter contribuído para a conservação dos estoques de ostras jovens na região. O processamento do recurso é dado a partir do momento em que as ostras atingem o tamanho adequado para venda. Elas são limpas e levadas para a Cooperativa dos Produtores de Ostra de Cananéia (Cooperostra), onde passam por um processo de depuração, tornando-as adequadas ao consumo. As mulheres da comunidade produzem deliciosos pratos com as ostras, como a torta de ostra, o pão de ostra e a farofa de ostra, que geralmente são vendidas a turistas na comunidade.
Em comparação com a ostra exótica, a ostra do mangue é mais suave e tem sabor ligeiramente adocicado, por conta da água salobra. Além de ser consumida in natura, com ou sem tempero, pode ser gratinada, colocada na grelha ou preparada com arroz, macarrão, na farofa e onde mais seus apreciadores a desejarem.
O principal meio de comercialização das ostras ocorre através da Cooperostra, que faz entregas nas grandes cidades próximas. No entanto, ainda existem moradores da comunidade e outros pescadores que não utilizam o processo de engorda e permanecem na dependência dos atravessadores para a venda do produto.
Nome e endereço de contatos relevantes com os produtores
Francisco de Sales Coutinho
Associação Reserva Extrativista dos Moradores do bairro Mandira (REMA)
Cooperativa dos Produtores de Ostra de Cananéia – COOPEROSTRA
Estrada Itapitangui-Ariri, km 11
Cananéia – SP
Tel. +55 (13) 97626773
[email protected] e [email protected]