Este ano, pela primeira vez, o Salone del Gusto e o Terra Madre serão um único grande evento completamente aberto ao público. Será realizado de 25 a 29 de outubro de 2012, em Turim (Lingotto Fiere e Oval) – Itália, organizado por Slow Food, Região Piemonte e Prefeitura de Turim, em colaboração com o Ministério das políticas agrícolas, alimentares e florestais.
Baixe SGTM, o aplicativo oficial e gratuito do Salone del Gusto e Terra Madre:
Para iPhone: http://bit.ly/NxRYu0 e
para Android: http://bit.ly/OTG5Me
Pequenos produtores, guardiães da biodiversidade
14 novas Fortalezas internacionais no Salone del Gusto e Terra Madre
São quase dois milhões as espécies animais e vegetais conhecidas; um verdadeiro tesouro, do qual dependem a saúde do meio ambiente e a qualidade da nossa vida. No entanto, nas últimas décadas, a velocidade com que as espécies se extinguem aumenta desmesuradamente. Segundo estimativas de Edward O. Wilson, o entomólogo que cunhou o termo biodiversidade, 27.000 espécies animais e vegetais desaparecem a cada ano.
A Fundação Slow Food para a Biodiversidade Onlus, desde 2003 protege e promove variedades e produções ameaçadas, trabalhando com mais de 10 mil agricultores, pescadores e produtores artesanais em mais de 50 países. Um dos pontos enfatizados pelo Slow Food é a precária coordenação entre as várias iniciativas de preservação, quase sempre muito setoriais e pouco eficazes na valorização do papel dos pequenos produtores.
Um dos novos projetos da associação são os rótulos descritivos testados em algumas Fortalezas para dar ao consumidor informações mais completas do que simples dados organolépticos e para evidenciar as escolhas feitas pelos produtores, que são quem realmente faz a diferença num produto de qualidade. Entre as Fortalezas envolvidas estão a da ameixa branca de Monreale (Sicília, Itália); dos biscoitos de milho de Monregalese (Piemonte, Itália), o cuscuz salgado de painço da ilha de Fadiouth, no Senegal; o slakto de ameixa pozegaca da Bósnia e o óleo de palma selvagem da Guiné-Bissau. Os rótulos descritivos serão apresentados nos encontros Ditelo in Etichetta (Diga no Rótulo), organizados na Casa da Biodiversidade do Oval, quinta-feira, sábado e domingo, às 14:30 http://goo.gl/1oQAH.
As novas Fortalezas internacionais que serão apresentadas na edição de 2012 do Salone del Gusto e Terra Madre são:
África
Guiné Bissau – óleo de palma selvagem. A região de Cacheu, no norte do país, onde o clima é úmido e os solos arenosos, é rica em palmeiras selvagens. Os homens colhem os cachos grandes de frutos vermelhos, de onde as mulheres extraem um líquido oleoso e denso com aroma de frutas e especiarias. A Fortaleza defende a produção deste óleo, ingrediente fundamental da cozinha tradicional da região. Para saber mais: http://bit.ly/Nc4VuN
Guiné Bissau – sal de Farim. Farim fica no norte da Guiné Bissau, às margens do rio Cacheu, um braço de mar que se insinua terra adentro (o vilarejo fica a mais de 100 quilômetros da costa). É aqui que as mulheres fazem a coleta do sal que se deposita no leito do rio durante a estação seca. A Fortaleza protege a produção do sal de Farim, estimulando a técnica da evaporação em formas na superfície, em substituição do método que usa o cozimento, uma das maiores causas de desmatamento da região. Para saber mais: http://bit.ly/S4TfoQ
Mali – massa katta de Timbuctu e Gao. Em Timbuktu e Gao, cidades da região central do Mali, a katta (fios curtos e finos de massa de farinha de trigo) é uma iguaria reservada a cerimônias e convidados importantes. As mulheres preparam a massa com os dedos, quase como se estivessem fiando lã. Os fios de massa são postos a secar por um dia e depois são dourados numa frigideira. Tradicionalmente, a katta é cozida por poucos minutos num molho à base de peixe seco, tomate, carne e especiarias. A Fortaleza pretende atuar em toda a cadeia, criando cooperativas de mulheres, envolvendo produtores de cada ingrediente e mapeando todos os centros de produção da região para facilitar a difusão deste tipo de massa. Para saber mais: http://bit.ly/S7r7FX
Senegal – cuscuz salgado de painço da ilha de Fadiouth. O vilarejo de Fadiouth surge sobre uma ilha formada inteiramente por conchas, ao longo da costa do Senegal. Os Seerer, moradores da ilha, sempre foram os maiores produtores de painço da variedade sunnà, utilizado na produção do típico cuscuz salgado. Os grãos são descascados, peneirados e lavados no mar. A Fortaleza mantém o delicado equilíbrio desta cadeia produtiva que une terra e mar, estimulando o cultivo e o comércio de painço sunnà e conscientizando a população local para a proteção ambiental das águas marinhas e das praias. Para saber mais: http://bit.ly/OEHHIx
Serra Leoa – Cola de Kenema. A cola, da mesma família do cacau e nativa das florestas tropicais da África ocidental, subdivide-se em 140 espécies. A variedade característica de Kenema (sudeste de Serra Leoa) é famosa por seu sabor e consistência crocante, que atrai comerciantes de países limítrofes como Senegal, Guiné e Mali para esta região. A Fortaleza quer reativar a produção e a comercialização desta variedade de cola, ameaçada pela longa guerra civil que dizimou os produtores mais especializados. Para saber mais: http://bit.ly/OEOHut
Tunísia – antigas variedades de trigo de Lansarin e Gaffaya. A 30 quilômetros de Tunes, em áreas dificilmente acessíveis por meios mecânicos, pouquíssimos agricultores ainda cultivam duas antigas variedades de trigo duro – a resistente mahmoudi e a antiquíssima schili – que protegem o solo da erosão, mas estão ameaçadas pela introdução de híbridos mais produtivos. A Fortaleza quer promover a criação de uma cooperativa de agricultores e de mulheres que transformam a farinha em cuscuz de trigo duro de secagem lenta e em vários tipos de massas tradicionais. Para saber mais: http://bit.ly/UcPzYo
Uganda – Café robusta de Lowero. O café robusta (Coffea canephora) é uma planta típica das florestas ugandenses, que deve o próprio nome a sua particular resistência a doenças. É o coração da economia desta região, principalmente pelo gosto amargo e encorpado e pela dose extra de cafeína. Atualmente o governo de Uganda favorece a substituição das duas variedades mais tradicionais, kisansa e nganga, por híbridos mais produtivos. Muitos produtores se opuseram, formando uma Fortaleza que pretende proteger a autenticidade e a comercialização desta variedade de café tão apreciada. Para saber mais: http://bit.ly/Pqklc5
América Latina
Brasil – Licuri. Difundido e utilizado desde sempre no nordeste do Brasil, o licuri é um fruto fundamental na vida das populações locais, e o seu comércio representa a única fonte de renda para inúmeras famílias. O Slow Food protege a colheita e o processamento segundo métodos tradicionais, assim como o cultivo da palmeira licuri (Syagrus coronata). Para saber mais: http://bit.ly/QBVPEj
Honduras – Café da montanha Camaparabi. Descendentes dos primeiros trabalhadores agrícolas empregados nas propriedades rurais, os atuais habitantes da montanha Camapara, na região oeste de Honduras, vivem da produção animal e da agricultura, mas principalmente do café. Os cerca de 500 cafeicultores ativos atualmente produzem um café com aroma de pêssego e amaretto, com notas de chocolate. A Fortaleza promove este produto único no mundo e assiste produtores, com frequência obrigados a vender café de alta qualidade a preços baixíssimos. Para saber mais: http://bit.ly/PHaYD5
México – Mel de abelhas nativas da Sierra Norte de Puebla. A abelha nativa (Scaptotrigona mexicana), originária desta cadeia montanhosa mexicana de mais de 2000 metros de altitude, ajuda o homem como polinizadora e produzindo um mel saboroso, que também tem características curativas. A Fortaleza pretende proteger a qualidade deste extraordinário produto e das abelhas, assim como as condições de vida e de trabalho das populações locais. Para saber mais: http://bit.ly/UcQ5FY
Ásia
Turquia – Bulgur de trigo siyez. Nas fazendas de Kastamonu, no norte da Turquia, ainda se cultiva a mais antiga espécie de trigo existente, o Triticum monococcum, siyez em turco, um trigo diferente tanto do trigo comum quanto do duro. Os grãos ainda com a casca são mergulhados em água fervente por uns vinte minutos, depois resfriados em água fria e espalhados ao sol para secar. Quando o trigo está seco, é moído com pedra para limpar e quebrar os grãos. O bulgur é servido como pilaf, cozido em um caldo e temperado com manteiga e cebola picada. Para saber mais: http://bit.ly/VczAru
Europa
Bulgária – Meurche. Verdadeira raridade no panorama dos produtos que caracterizam a área búlgara dos Bálcãs, o meurche é o único embutido não defumado da região, preparado embutindo as partes mais nobres do animal na bexiga de porco, que é depois curado debaixo de cinzas até 16 meses. A Fortaleza quer relançar este embutido no mercado e protege a atividade da última produtora remanescente, na esperança de envolver rostos novos. Para saber mais: http://bit.ly/QltQs2
Suíça – Furmagin de Cion. Este embutido, o mais característico de Val Poschiavo, no cantão de Grisões, feito com as partes pobres do porco, foi desaparecendo junto com a tradição do abate caseiro. A Fortaleza quer recuperar a produção do furmagin, hoje nas mãos de um produtor de embutidos que há mais de vinte anos segue a receita transmitida pelo pai. Para saber mais: http://bit.ly/PqkTyC
Suíça – Ziger das pastagens de montanha. O ziger é uma ricota de leite de vaca feita com o soro resultante da produção de queijos de leite cru como o sbrinz e o gruyere. Infelizmente, poucos pastores mantêm viva esta tradição: a Fortaleza envolve queijeiros, difundindo o conhecimento do produto entre consumidores e a sua utilização por parte de padeiros e confeiteiros como recheio para suas especialidades. Para saber mais: http://bit.ly/PqkZGI
Detalhes do programa e ingressos para todos os eventos: http://salonedelgustoterramadre.slowfood.it/
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