Cine Pirineus. Foto: Alessandra Schneider

Relatos Quase Fresquinhos do Slow Filme

Cine Pirineus. Foto: Alessandra SchneiderEmpolgada com os textos do Fúlvio narrando sua vinda à Pirenópolis , e da Roberta contando nossa oficina , resolvo quebrar minha programação de hoje, que era corrigir provas, e fazer logo um "textinho" sobre o Slow Filme . Nestes quase cinco anos de existência formal do Convivium Pirenópolis a praxe tem sido sempre esta, me envolvo pra caramba com a idealização, programação e realização das atividades, mas raramente consigo achar tempo para relatar e publicar algo sobre as mesmas. E olhem que não foram poucas as atividades! Mesmo com todo apoio e estímulo do Marcelo e da Roberta, me ensinando a usar os "instrumentos tecnológicos", me enrolo com meus afazeres e o tempo vai passando, a notícia ficando velha e … passou mais uma oportunidade de trocar informações e o prazer de comunicar algo realizado em torno do que acreditamos com os/as colegas da Rede Terra Madre e aqueles que com ela se conectam.

Mas hoje deu, ta dando, vamos lá aos relatos: o Slow Filme foi muito legal! A programação de filmes teve ótima audiência, público de Brasília, Goiânia e até RJ e SP, além do público da cidade, que recebeu super bem o evento e prestigiou também. Teve até falatório do prefeito e secretário falando do Slow Food !!

A exploração da temática do Slow Food na linguagem cinematográfica e a exibição do filme Terra Madre, do Ermano Olmi , trouxeram uma outra percepção à todos aqueles que ouvem falar do nosso movimento, mas não conseguem perceber a dimensão do mesmo somente através de nossas falas e nossos folhetos. Sei que vale muito quando as pessoas se engajam de carteirinha e anuidade paga, e com isto não fomos muito eficientes no evento, mas fico muito feliz quando ganhamos adeptos de coração.

E as atividades paralelas …, minha gente, foi um sucesso! Quase teve briga para podermos contemplar todos os que queriam participar e encaixar todos nas poucas vagas que tínhamos, pois nossos empreendimentos são pequenos, nossas pernas curtas e ainda poucos os envolvidos. O Roteiro Rural, que envolvia uma visita ao nosso, meu e do Léo, laticínio e a produção de nossas vaquinhas felizes, uma visita ao maravilhoso sítio do seu Geraldo e Aparecida e um almoço produzido pela Murielle, com os produtos dos locais visitados, em seu restaurante rural, foi a atividade paralela mais badalada!! Percebe-se pelo olhar de encanto das pessoas que vem das cidades grandes ao ouvirem nossas histórias, verem nossos sítios, comerem frutas na gamela no seu Geraldo e depois verem estes produtos nos bonitos pratos da Murielle, que conhecer o caminho do alimento não é somente um atrativo, mas também uma necessidade, do corpo e da alma!

Roteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider

Roteiro Rural. Foto: Alessandra SchneiderKatia e Leo. Foto: Alessandra SchneiderRoteiro Rural. Foto: Alessandra SchneiderRoteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider

Roteiro Rural. Foto: Alessandra SchneiderRoteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider

Roteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider 

Roteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider  

Roteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider Roteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider

Roteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider

Roteiro Rural. Foto: Alessandra SchneiderRoteiro Rural. Foto: Alessandra SchneiderRoteiro Rural. Foto: Alessandra SchneiderRoteiro Rural. Foto: Alessandra Schneider

O almoço no Caxambu, local sede da Fortaleza do Baru foi emocionante. Não só porque teve até gente perdida,( rsrsr, é, morar na roça não é fácil, isto faz parte da aventura!!!), mas porque não há quem não se emocione com o relato da família Freitas Mesquita mostrando com simplicidade e beleza como fazer soberania alimentar. De tudo um pouco tem no prato, galinha caipira, umbigo de bananeira, farofinha com feijão azuki, salada de beterraba da Zoza, os picles e chutneys maravilhosos recém saídos da prateleira da vizinha fábrica do Promessa de Futuro, tudo produzido lá!! Fartura e diversidade no prato e ao redor da mesa, paulistas, cariocas, goianos, até italianos! Visitantes e visitados numa comensalidade própria do Slow Food!

Domingo, café na Fazenda Babilônia , que orgia! Comidas de tropeiros e escravos resgatadas pela proprietária Telma que também dá uma aula de gastronomia com valor de cultura local. Uma pena que mesmo sendo de alma Slow Food , ela não percebeu ainda o espírito do movimento, acha que é uma moda…

Sobre as Oficinas dos Sabores , Roberta e Fúlvio, já deram seus ricos depoimentos. Realmente além do prazer de realizá-las, de compartilhar o sorriso e a satisfação das crianças, foi uma ótima experiência reunir 3 convívios desenvolvendo juntos uma atividade! Obrigada Fulvio pela oportunidade!

Tivemos também uma ótima oficina de cerâmica, aderindo à proposta do movimento de integrar o artesanato na rede Terra Madre. O contato com a mãe terra seja através do barro ou do alimento, e da união singela dos dois na panela de barro é sempre uma benção. Degustar palavras também é fruto da sensibilidade da ceramista Cristina Galeão, que vasculhou algumas frases símbolo da filosofia Slow Food de uma matéria sobre atividade de educação do gosto de um convivium da França na ultima Newsletter e colocou em uma gamela para os clientes de sua loja. Coisas da nossa maravilhosa Rede Terra Madre!!!

 

A Magia do Barro. Foto: Alessandra Schneider

Frases. Foto: Cristina Galeão

 A Magia do Barro. Foto: Alessandra Schneider

Então, termino este pequeno relato festejando, celebrando, agradecendo a possibilidade de fazermos parcerias, como esta com a ObjetoSim realizadora do Festival, que espero que possa crescer e se fortalecer, e com todos aqueles que aderiram  a esta  proposta. Espero que possamos, nas outras edições do festival Slow Filme , contar com uma participação cada vez maior de gente de nossa rede, que a ela se somem novos participantes e que possamos construir juntos novas propostas.


Katia Karam é acadêmica do curso de gastronomia da UEG, produtora rural e líder do Slow Food Pirenópolis.

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